Este peixe-robô promete revolucionar como estudamos a vida marítima
O oceano cobre mais de dois terços do nosso planeta, e ainda existe muito dele a ser explorado. Mas como é que vamos descobrir todos os segredos submersos se nossas ferramentas de observação estão presas a pesados e desajeitados veículos cujos motores afugentam os peixes?
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Uma equipe da MIT chegou a própria conclusão – um maleável peixe-robô controlado por ultrassom. Ele não é o único do tipo por aí, mas pode ser o primeiro capaz de nadar em três dimensões, sem fiação e no mar aberto. Ele tem o potencial de transformar a forma que biólogos estudam o oceano.
“O peixe-robô pode se tornar uma plataforma para biólogos estudarem a vida marinha e efetuar estudos controlados”, diz o autor principal Robert Katzschmann ao Gizmodo. “Não apenas em um tanque, mas em habitats naturais como recifes de corais e outros ambientes de interesse”.
O peixe-robô é aproximadamente do tamanho de um salmão. Possui uma calda elástica de polímero que ondula por meio de uma bomba hidráulica para controlar seu movimento. Barbatanas giratórias falsas permite que ele mude de profundidade. Um operador humano controla o peixe por um controle remoto – que é feito a partir de um controle de Super Nintendo à prova d’água, diz Joseph DelPreto, autor do estudo, ao Gizmodo.
O controle do Nintendo conversa com o peixe enviando vibrações pelo oceano por frequências mais altas do que humanos podem ouvir. Estes pulsos são essencialmente comandos traduzidos em código binário (ou talvez código Morse), e o peixe-robô pode interpretá-lo independente de outras vibrações do oceano. Os pesquisadores testaram a criação no oceano pacífico, em profundidades de zero a 18 metros, de acordo com o estudo publicado na Science Robotics.
Resultados preliminares mostram que outros peixes parecem não se perturbar pelo peixe-robô. No entanto, não sei dizer o que aconteceria caso um tubarão tentasse comê-lo.
Ainda há mais trabalho a ser feito. Os pesquisadores atualmente limitam a velocidade, profundidade e tempo operacional do peixe-robô para cerca de 40 minutos.
Mas talvez um dia, combinado com sensores e câmeras, o movimento do robô pode ser pré-programado por comandos como “siga aquele outro peixe” ou “explore o recife”. Os pesquisadores sonham em deslocar um cardume inteiro de peixes-robô, e fazê-los receber comando remotamente por uma boia que emita ultrassom. Talvez adicionando painéis solares, estes peixes robóticos possam até mesmo se recarregarem enquanto nadam pela superfície da água.
As possibilidades são infinitas. “Como consequência de ter publicado o artigo, tenho certeza que biólogos nos contarão mais casos de uso”, disse Katzschmann. “Existem vários que nunca vimos”.