Pela 1ª vez, imagem flagra aglomerado que forma planetas como Júpiter

Astrônomos acreditam que o material ao redor da estrela V960, a 5 mil anos-luz, poderia originar planetas. Entenda como
material ao redor da estrela V960, registrado pelo ALMA, poderia originar planetas gigantes
Imagem: ESO/ALMA/Weber/Reprodução

Astrônomos detectaram grandes aglomerados de poeira ao redor de uma estrela jovem, que você vê no centro da imagem acima, a 5 mil anos-luz da Terra. Acredita-se que o amontoado de material pode colapsar no futuro, originando planetas gigantes gasosos, como Júpiter.

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Os cientistas afirmam que esta é a primeira detecção de aglomerados de poeira em torno de uma estrela jovem com potencial para dar origem a planetas gigantes. A equipe internacional, liderada por um pesquisador da Universidade de Santiago, no Chile, publicou suas descobertas na última terça (25), na revista científica Astrophysical Journal Letters.

A estrela da imagem se chama V960 Mon e fica na constelação de Monoceros, ou Unicórnio. O Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, estava de olho na V960 a partir do Deserto do Atacama, no Chile, quando o brilho dela aumentou subitamente, mais de vinte vezes, em 2014.

Mais observações do telescópio revelaram que o material que orbita a V960 Mon estava se organizando em uma série de braços espirais maiores do que todo o Sistema Solar. Então, os astrônomos recorreram ao ALMA, um radiotelescópio que também fica no Deserto do Atacama. O equipamento conseguiu observar com mais detalhes a estrutura do aglomerado de poeira.

“Com o ALMA, ficou claro que os braços espirais estão se fragmentando, resultando na formação de aglomerados com massas semelhantes a de planetas [gigantes]”, disse Alice Zurlo, autora do estudo e pesquisadora da Universidade Diego Portales, no Chile, em comunicado.

Formação de planetas

Os astrônomos acreditam que os planetas gigantes se formam por acreção do núcleo ou por instabilidade gravitacional. No primeiro processo, amontoados de rochas em torno de uma estrela (em seu “disco protoplanetário”) colidem e se aglutinam gradualmente, formando um bloco maior – um planeta.

No segundo processo, gás e poeira se contraem em aglomerados mais frios e distantes da estrela, que colapsam sob sua própria força gravitacional para formar o núcleo de um planeta. A imagem do ALMA, que abre este texto, revelou aos cientistas que os braços espirais estão se fragmentando. Este processo, acredita-se, cria aglomerados e precede a formação de planetas via instabilidade gravitacional.

“Ninguém jamais fez uma observação real de instabilidade gravitacional acontecendo em escalas planetárias – até agora”, disse Philipp Weber, pesquisador que liderou o estudo, em comunicado.

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