Pela 1ª vez, James Webb flagra erupção de raios gama e colisão de estrelas de nêutrons

A erupção é o evento eletromagnético mais brilhante conhecido . Ela durou apenas 34 segundos
ilustração de colisão de estrelas de nêutrons. eventos do tipo podem gerar erupções de raios gama
Imagem: Robin Dienel/The Carnegie Institution for Science/Reprodução

Uma equipe de astrônomos liderada por Andrew Levan, da holandesa Radboud University, rastreou a segunda erupção mais luminosa de raios gama já vista. Esta também é a primeira vez que se detecta uma GRB (sigla em inglês para “Erupções de Raios Gama”) usando o telescópio espacial James Webb.

Uma GRB é uma explosão de curta duração de raios gama – a forma mais energética da luz. Essas ondas eletromagnéticas são bem mais curtinhas que as do raio-X e da luz visível — que nosso cérebro entende como as cores do arco-íris. Entretanto, uma GRB comum libera tanta radiação quanto o Sol libera em todos seus 10 bilhões de anos de vida.

É o evento eletromagnético mais brilhante conhecido, e dura de milissegundos a vários minutos. A GRB detectada recentemente, denominada GRB 230307A, foi uma “longa explosão” que durou 34 segundos. Vários telescópios detectaram o evento. O primeiro a fazê-lo foi o telescópio espacial Fermi Gamma-ray, da NASA, em 7 de março.

GRB e estrelas de nêutrons

Os astrônomos relataram suas descobertas em uma versão inicial do estudo que está disponível online. Contudo, a pesquisa está passando por uma revisão de pares para ser publicada oficialmente. No artigo, a equipe escreve que “a GRB 230307A pertence à classe de GRBs de longa duração associadas a fusões de objetos compactos e contém uma kilonova”.

Ou seja, em bom português: os pesquisadores rastrearam a erupção de raios gama até sua fonte, que parece ser a colisão entre duas estrelas de nêutrons – estrelas compactas e super densas que giram muito rápido, completando uma rotação em segundos ou milissegundos. 

De acordo com a NASA, quando essas colisões acontecem, parte dos detritos resultantes é lançada para longe, movendo-se próximo à velocidade da luz. Este amontoado de material produz nuvens quentes, brilhantes e ricas em nêutrons que geram os os elementos mais pesados do universo, como ouro e platina. Os cientistas chamam essa explosão de luz de kilonova.

Além disso, estudando observações do James Webb, a equipe de astrônomos pôde detectar evidências de elementos pesados sendo gerados na explosão. Entre eles, estava o telúrio e um grupo de metais pesados chamados lantanídeos. 

O James Webb observou a kilonova em dois momentos. Primeiro, 29 dias após o GRB; depois, aos 61 dias após a explosão. Os astrônomos estimam que a colisão de estrelas de nêutrons teria acontecido em uma galáxia a cerca de 8,3 milhões de anos-luz de distância da Terra.

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