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O plano do Pentágono para encher o espaço de satélites de vigilância está tomando forma

Os Estados Unidos querem criar a Arquitetura Espacial de Defesa Nacional, uma constelação de satélites para vigiar o mundo inteiro.

Concepção artística de um sistema de defesa por satélite (sem escala)

Concepção artística de um sistema de defesa por satélite (sem escala). Imagem: DARPA

Foram revelados novos detalhes sobre o ambicioso plano do Pentágono de construir sete constelações de defesa, a primeira das quais incluirá centenas de satélites de vigilância que pode atingir uma cobertura global em apenas seis anos.

Conhecida como Arquitetura Espacial de Defesa Nacional (NDSA, na sigla em inglês), o projeto é a primeira grande iniciativa da recém-criada Agência de Desenvolvimento Espacial (SDA), parte do Departamento de Defesa dos EUA.

Quando for construída, a NDSA será constituída por sete constelações, ou “camadas” no linguajar dos militares dos EUA. Cada camada desempenhará uma função diferente, como detectar os mísseis que chegam, alertar as forças terrestres para potenciais ameaças, controlar os sistemas de armas potencialmente hostis e aumentar as capacidades de navegação, entre outras funções de defesa.

Lançada em março de 2019, a SDA é “responsável pela unificação e integração dos esforços de desenvolvimento espacial [do Departamento de Defesa], monitorando a futura arquitetura espacial do departamento, orientada para a ameaça, e acelerando o desenvolvimento de novas capacidades espaciais militares necessárias para garantir as vantagens tecnológicas e militares dos EUA no espaço”, de acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Defesa. A agência está a caminho de se tornar parte da Força Espacial Americana em 2022.

Diagrama mostra a Arquitetura Espacial da Defesa Nacional. Imagem: Agência Espacial de Defesa

Em uma coletiva de imprensa no Pentágono nesta quarta-feira (22), Derek Tournear, que foi nomeado diretor da SDA em outubro de 2019, disse que o primeiro desses níveis, a camada de transporte, será composta por várias dezenas de satélites até o final de 2022, segundo o SpaceNews.

Uma vez nesse limiar inicial, o sistema “mostrará que podemos operar uma constelação proliferada e que a constelação pode conversar com sistemas de armas”, disse Tournear.

Assim, em dois anos, a Camada de Transporte deverá ser capaz de apontar alvos no solo ou no mar e rastrear mísseis avançados. No futuro, essa constelação inicial consistirá de centenas de satélites, e todo o sistema NDSA envolverá milhares de satélites, de acordo com o SpaceNews.

Os satélites serão numerosos, mas estarão muito longe da quantidade almejada pela megaconstelação Starlink da SpaceX, que pode chegar a mais de 45 mil satélites. Ainda assim, a Órbita Baixa da Terra está se tornando rapidamente uma região muito congestionada.

O Pentágono planeja lançar dezenas de satélites a cada dois anos, com a Camada de Transporte alcançando cobertura regional em 2024 e cobertura global completa em 2026, segundo Tournear. O plano exigirá a construção de um novo satélite a cada semana. Tournear disse que os satélites serão relativamente pequenos, pesando “algumas centenas de quilos”, custando cerca de US$ 10 milhões cada, e tendo uma expectativa de vida de cerca de cinco anos, como informou o Defense One.

Essas especificações apontam para o objetivo de implantações rápidas, estáveis e contínuas de satélites. Idealmente, Tournear quer colocar novos satélites em órbita dentro de um período de 18 a 24 meses. Para esse fim, a SDA emitiu ontem um anúncio amplo de agência, no qual podem novas ideias para ajudar com essas implementações rápidas e acessíveis de satélites.

As sete constelações NDSA destinam-se a melhorar a capacidade dos militares americanos de detectar e eliminar ameaças aéreas, tais como mísseis terra-ar e mísseis hipersônicos. O sistema se coordenará com os sistemas terrestres, que por sua vez implantarão as contramedidas necessárias. O Departamento de Defesa descreveu as sete camadas de defesa da seguinte forma:

O Pentágono vai procurar parceiros comerciais para ajudar a desenvolver estas tecnologias. Para isso, a SDA irá solicitar propostas para o primeiro lote de satélites em meados deste ano e atribuirá contratos no trimestre seguinte.

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