Ciência

Pescador encontra Pacu, nativo da Amazônia, em lago na Irlanda; tem explicação?

Peixe foi encontrado morto a 140 quilômetros de Dublin e está sob investigação de autoridades da Irlanda; criação de não nativos obedece regras locais
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Era um dia comum de pesca no Lago Garadice, a 140 quilômetros de Dublin, na Irlanda. Até que o empresário Steve Clinch se deparou com um peixe sem vida à beira da água. Pescador veterano, ele coletou o animal e relatou às autoridades locais, que o levaram para investigação.

Posteriormente, o Inland Fisheries Ireland identificou que o peixe em questão era um Pacu, espécie nativa da Amazônia — que fica, ao menos, a oito mil quilômetros de distância. O instituto irlândes, que trabalha pela proteção, gestão e conservação dos recursos de água doce e de pesca na Irlanda, passou a investigar o caso.

Possível explicação

De acordo com a assessoria de imprensa do instituto, a principal suspeita até agora é a de que o peixe foi libertado de um tanque particular. Ou seja, ele estava em posse de um proprietário na Irlanda e foi solto. 

Contudo, ainda não há evidências definitivas sobre a origem do animal, de forma que isso é apenas uma especulação. No Brasil, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é o órgão que regula e emite autorizações desse tipo. 

Dessa forma, para que isso tenha acontecido, uma pessoa precisaria ter solicitado autorização do órgão para exportar a espécie brasileira a outro país. Contudo, o Ibama afirmou à BBC que “não foram identificadas exportações de peixes nativos do Brasil para a Irlanda nos últimos 12 meses”.

Riscos às espécies nativas

Em geral, o Lago Garadice conta com representantes de espécies como a Truta-marrom, Lúcio, Roquete e Perca.

A introdução de uma espécie estrangeira em um ambiente é uma ameaça aos representantes de espécies nativas. Isso porque os animais ou plantas podem competir por recursos — por exemplo, alimento e espaço para viver.

Além disso, a interação entre as espécies pode ser perigosa. Os peixes estrangeiros podem trazer parasitas que causam doenças para as quais os nativos não tem mecanismos de adaptação. 

Por fim, uma espécie pode simplesmente se alimentar da outra. Quando é um peixe estrangeiro se alimentando do nativo, a espécie local pode até ser extinta.

Assim, a criação de peixes não nativo é regulamentada em diversas partes do mundo, inclusive na Irlanda. 

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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