Pesquisa ajuda os jovens na decisão de voltarem a morar com os pais
A pandemia de Covid-19 transformou a vivência da população mundial. O home office se tornou regra, os passeios foram limitados e a economia foi afetada negativamente. Assim, alguns jovens que viviam de forma independente voltaram a morar com os pais.
Pensando nisso, um estudo da Universidade da Carolina do Norte analisou como enfrentar essa experiência — muitas vezes estranha. “As pessoas voltam a morar com seus pais por vários motivos, e a tendência está aumentando devido à pandemia e problemas econômicos relacionados”, disse Lynsey Romo, co-autora do artigo. “Lançamos este estudo porque queríamos aprender mais sobre os indivíduos administram esse processo. Como eles pensam sobre isso? Como eles falam sobre isso?”.
Os pesquisadores realizaram entrevistas com 31 adultos de idades entre 22 e 31 anos e, como resultado, identificaram que o dilema comunicativo central vivenciado pelos participantes era articular a decisão de voltar para casa como um investimento no futuro, e não como uma fonte de estigma. A partir daí, eles perceberam as estratégias as pessoas usaram para tornar a volta para casa uma experiência positiva para si mesmas e seus pais. São elas:
1) Comunique expectativas claras: é importante ter expectativas definidas tanto para os pais quanto para os filhos. Por exemplo, os filhos pagam aluguel? Eles devem estar em casa em um determinado horário todas as noites? Quais são as regras da casa?
2) Contribuir para a família: as coisas funcionaram melhor quando os filhos deixaram claro o que fariam para beneficiar a família, como cuidar das tarefas domésticas.
3) Esquematize os cronogramas: foi bom para todas as partes quando os participantes que voltaram para casa pensaram quanto tempo viveriam com os pais, quais eram suas carreiras e objetivos financeiros e como morar com os pais os ajudaria a atingir esses objetivos.
4) Incorpore o comportamento adulto: adultos que voltam para casa devem evitar cair nos hábitos formados quando eram crianças, se quiserem ser tratados como adultos. Em suma, tanto os pais quanto os filhos adultos devem dar e esperar respeito em seus relacionamentos.
“Achamos que as descobertas são valiosas porque fornecem algumas diretrizes que as pessoas podem usar para ajudar a garantir que ‘voltar para casa’ seja um passo à frente em vez de um retrocesso”, diz a pesquisadora. “Essa é uma realidade de muitas pessoas agora. Esperançosamente, este trabalho os ajudará a aproveitar ao máximo essa circunstância e evitar qualquer estigma associado a ela.”