Brasileiro quer comprar logo em lojas automatizadas, mas acredita que país não tem tecnologia para isso
As lojas automatizadas estão dando apenas seus primeiros passos, mas o interesse pela novidade é grande. Nos Estados Unidos, a Amazon inaugurou no início deste ano o Amazon Go, um supermercado sem caixas e filas, e a startup Zippin, de San Francisco, espera abrir a sua loja de conveniência automatizada no próximo mês. E, segundo uma pesquisa do IBOPE Conecta, o brasileiro também tem bastante interesse no conceito.
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O IBOPE Conecta consultou dois mil internautas, entre 8 e 13 de março, das classes A, B, C e D, de todas as regiões do Brasil. Ao todo, 87% dos internautas afirmaram que gostariam de comprar em supermercados sem caixa, pela praticidade, velocidade e por quererem novas experiências. Por outro lado, os 13% que não comprariam justificaram sua escolha apontando o receio de que não tenha ninguém por perto para solucionar um eventual problema, além de acharem que não parece tão seguro.
A pesquisa questionou as pessoas também sobre outras formas de experiência de compra. O pagamento por meio do celular, aproximando-o da maquininha, vai crescendo em popularidade, mas seu uso ainda é bastante limitado. Ao todo, 57% já ouviram falar dessa modalidade, mas nunca a utilizaram; 31% não conhecem, mas ficaram interessados em utilizar, e apenas 2% utilizaram, segundo os números da IBOPE Conecta.
O totem, que já existe em estacionamentos de shoppings, apesar de pouco usado pelos pesquisados (apenas 45%), foi relativamente bem aprovado pelos que já o fizeram, com 61% o achando mais prático. A pesquisa abordou também as guide shops, que são estabelecimentos que funcionam como uma vitrine de produtos, com e-commerces exibindo seus artigos em uma loja física, de forma que o cliente possa vê-los pessoalmente antes de decidir pela compra, com o produto sendo entregue posteriormente à casa dos consumidores.
Essa experiência, no entanto, é bastante desconhecida do público geral, com 80% afirmando nunca ter ouvido falar sobre a modalidade, mas dizendo que gostariam de comprar dessa forma. Foram 14% os que não comprariam dessa maneira, listando como razões o receio do produto vir errado ou com defeito, o artigo chegar atrasado ou simplesmente a falta de confiança nesse tipo de serviço. Os poucos (4%) que já compraram em lojas assim gostaram da experiência, com 70% deles se dizendo satisfeitos.
Questionados sobre o sistema de pagamento inovador favorito, os internautas, em sua maioria, preferiram a biometria (48%), seguida por pagamento com o celular (27%) e reconhecimento facial (12%). Ainda assim, 42% são pessimistas quanto à implementação de modos de pagamentos modernos, acreditando que o Brasil não tem capacidade de ter essas tecnologias. As respostas eram de múltipla escolha, e a barreira cultural se tornou evidente: 64% preferiram o pagamento com cheque, enquanto 49%, o sistema de carnê/boleto.
De volta às lojas autônomas, é possível encontrar no Brasil uma experiência do tipo. No Espírito Santo, a Zaitt se tornou a primeira loja do ramo no País, seguindo a tendência em surgimento no restante do mundo — na China, por exemplo, a startup BingoBox, de lojas de conveniência, conta com diversas unidades.
A Zaitt, assim como a BingoBox, é uma loja de conveniência, cujo sistema funciona da seguinte forma: o cliente baixa o app do estabelecimento no smartphone e, dentro dele, usa uma chave de segurança para abrir a loja por meio de um leitor na porta. Lá dentro, o usuário escolhe o produto, aproxima o celular do código de barras e registra sua compra, que é verificada mais uma vez para confirmar o controle da cobrança pelo sistema do app.
Imagem do topo: Compradores no supermercado Amazon Go nos EUA. Crédito: AP