Ciência

Pesquisadores da UFRJ encontram canabidiol em planta nativa brasileira

Descoberta de canabidiol (CDB) nos frutos e flores abre portas para o uso medicinal desta planta da flora do país em diversas áreas
Imagem: Flickr/Reprodução

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou canabidiol nos frutos e flores da Trema micrantha Blume, uma espécie nativa da flora brasileira pertencente à família Cannabaceae.

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Na cultura popular, as pessoas já utilizam as folhas da espécie no tratamento de erupções cutâneas devido ao seu poder analgésico. E a descoberta agora de canabidiol (CDB) nos frutos e flores abre portas para o seu uso em diversas outras áreas sem as barreiras impostas pela legislação brasileira à cannabis.

Nas análises preliminares, os pesquisadores não encontraram THC nas folhas, flores ou frutos da Trema micrantha. Isso a torna ideal para a sua utilização como fonte medicinal de canabidiol. Além disso, é uma planta recomendada para uso de reflorestamento.

Tratamento barato com canabidiol

O pesquisador Rodrigo Soares Moura Neto explica que cientistas estrangeiros já tinham descrito canabinóides na Trema orientale Blume – uma planta da mesma família, mas que não é nativa do país.

Para ele, a proposta de identificar na flora brasileira alternativas legais para a produção de canabidiol e outros compostos bioativos com finalidade medicinal pode representar a oportunidade de elaboração de tratamentos eficazes e de baixo custo.

“A flora brasileira é muito diversa e rica em substâncias bioativas. Porém, apenas uma pequena fração das suas potencialidades é utilizada para pesquisa e desenvolvimento de medicamentos”, disse em um comunicado da UFRJ.

O pesquisador ressalta assim o impacto econômico e social que o desenvolvimento de futura produção de CBD por recursos naturais e tecnologia brasileiras. Eles podem representar um avanço para o país e sua capacidade agrícola.

Ainda não se sabe qual é a melhor forma de extrair e analisar o canabidiol dessa planta. Por isso, o próximo passo será o de testes para determinar o método mais eficiente.

Ao fim da pesquisa, os cientistas esperam entregar o canabidiol purificado, quimicamente caracterizado e estruturalmente identificado, abrindo caminho para a próxima fase de estudos.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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