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Pessoas com dermatite atópica têm maior risco de desenvolver TOC, diz estudo

Pesquisa revelou que indivíduos com dermatite atópica tinham quase 3 vezes mais risco de desenvolver TOC (transtorno obsessivo-compulsivo)

Pessoas com dermatite atópica têm maior risco de desenvolver TOC, diz estudo

Segundo novo estudo publicado na revista Dermatological Research, pessoas com dermatite atópica têm quase três vezes mais chances de desenvolver TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de analisar dados de 214 mil participantes. De modo geral, o risco aumentado de desenvolver TOC era 2,87 vezes maior em indivíduos com a condição de pele do que em outras pessoas.

O que a dermatite atópica

A dermatite atópica — conhecida também como eczema — é uma condição que deixa pele seca, com coceira e inflamada. Em alguns casos, ela está relacionada a variações genéticas que afetam a barreira de proteção da pele.

Dessa forma, tem dificuldade em reter a umidade e proteger contra bactérias e outras substâncias irritantes, contato com animais, estresse e até mesmo com a mudança de temperatura durante as estações do ano. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, entre 15% e 25% das crianças e 7% dos adultos no Brasil possuem a condição. Contudo, em muitos casos, não sabem. 

Qual a ligação com TOC?

“Estamos aprendendo cada vez mais que a dermatite atópica é uma condição cutânea que envolve inflamação em todo o corpo”, diz Jeffrey Cohen, pesquisador da Escola de Medicina de Yale e autor do estudo. Dessa forma, os pesquisadores acreditam que essa inflamação sistêmica pode acelerar um processo inflamatório no cérebro.

Isso, por sua vez, pode contribuir para o desenvolvimento do TOC, e também de outras condições médicas. Além disso, os cientistas apontam que a coceira causada pela dermatite atópica também pode ser um gatilho para um comportamento repetitivo. 

De modo geral, uma pessoa com TOC se sente impelida a realizar atos compulsivos para aliviar o estresse. Isso leva a atitudes repetitivas, que acabam causando angústia e atrapalhando as tarefas diárias.

“À medida que descrevemos mais dessas relações, nossa capacidade de detectá-las rapidamente e fornecer cuidados abrangentes a todos os nossos pacientes é aprimorada”, diz Cohen.

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