O que o pessoal do século 20 achou que se tornaria realidade em 2018
Já estamos em 2018. E enquanto nós temos algumas tecnologias bem legais disponíveis, estamos ainda esperando um monte de coisas que nos foram prometidas. Porém, o que será que as pessoas de antigamente imaginavam como seria 2018?
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Pessoas do século 20 tiveram um monte de ideias sobre como eventualmente o ano de 2018 marcaria a humanidade. E nós compilamos algumas dessas ideias abaixo. Muitas delas são divertidamente erradas, até porque ninguém sabia exatamente o que o futuro nos reservaria, né? Porém, outras previsões são bem corretas.
Há de tudo um pouco, de previsões de 1918 dizendo que usaríamos transcrição de voz automática a previsões sobre viagens para a Marte — esta pensada durante a década de 90. Ambas eram previstas para acontecer neste ano. E ,infelizmente, a previsão de 1918 está muito mais correta do que a feita em 1990.
Clone de humanos se tornará comum e os caras do Metallica ficarão carecas (1998)
A estudante Amy Tao fez algumas previsões para 2018 em uma edição de 4 de setembro de 1998 do Amarillo Daily News, no Texas, e ela já estava tirando um barato do tempo que os americanos gastavam em computadores. Sem contar as previsões dela para o futuro de gêneros musicais como grunge e pop.
Do Daily News:
Clonagem será algo grande. Apesar dos protestos sobre a moralidade disso, os clone de animais e humanos estarão aí pelo planeta. Não está com vontade de ir à escola? Envie seu clone! E se seu cachorro morrer repentinamente? A solução é fazer um clone dele! Mais tarde, os clones vão tomar conta de tudo e será um desastre completo. O que mais você esperaria das pessoas depois que elas bagunçassem com a natureza? Os computadores vão se tornar tão avançados que eles vão substituir as relações humanas. As pessoas não vão mais ir a encontros; elas vão gastar 99% do tempo delas em computadores. Espere, na verdade, isso já está acontecendo.
Eles vão inventar algumas novas tecnologias, que vão melhorar a qualidade dos CDs, e o preço para ouvir música vai aumentar ainda mais. As pessoas sensatas vão voltar a usar fitas, porque vai custar muito gastar US$ 20 em um CD. Os gêneros punk e grunge vão emergir das cinzas, sem precisar ressuscitar o Kurt Cobain. A música pop não vai ser mais o que costumava ser. E vai morrer.
Os membros do Metallica vão ficar carecas, e eles vão aposentar quando o baterista Lars perder o resto de cabelo que ele tem. Ou, eles vão fazer um monte de cirurgias como o Aerosmith e parecer que tem uns 30 e poucos anos por toda a vida.
Uma nova conspiração Clinton-Lewinsky vai voltar à tona, e Kenneth Starr vai deixar sua aposentadoria na Flórida para voltar a investigar o caso [o juiz Kenneth Starr provou que Clinton tinha tido relações sexuais com Monica Lewinsky, o que iniciou um processo de impeachment contra o ex-presidente dos EUA] . Uma cura para o câncer será testada e dará certo, mas não vai ser notícia por causa de uma outra investigação de Starr.
Finalmente, em 20 anos, eu estarei o mais longe que puder de Texas Panhandle [região ao norte do Texas].
Amy Tao, se você estiver por aí, nós adoraríamos falar com você. Você já deixou Texas Panhadle?
Transcrição automática de voz será comum em 2019 (1918)
Agora, em 2018, falamos com nossas máquinas como nunca fizemos antes. Conversamos com a Alexa, o Google Home, a Siri, etc. E um artigo de jornal de 1918 previu que as pessoas de 2018 gozariam uma vida de luxo com uma “máquina de escrever que funciona por voz”.
Artigo de 9 de agosto de 1918, publicado no St. Johns Daily Star em Newfoundland (Nova Jersey):
Daqui a 100 anos, um homem de negócios sentará em frente a uma máquina e vai dizer:
Caro senhor, o seu pedido para o dia 15 foi recebido. Os bens foram encomendados — e a máquina vai escrever!
Pense nisso. Sem estenógrafo, sem datilógrafo — nada para preparar o mecanismo na operação, apenas palavras faladas.
Isso não é um um sonho dos escritores Júlio Verne ou H.G. Wells, mas a concepção do brilhante engenheiro elétrico John B. Flowers, cujo nome será mais conhecido do que é hoje. Financiado por uma grande companhia de máquina de escrever, Flowers tem feito uma série de estudos, que se continuarem, culminará nesta “máquina de escrever que funciona por voz”.
Transcrição automática por voz é algo que nós temos em 2018, embora muitas das opções disponíveis deixem a desejar.
Fazendeiros de 2018 serão como cientistas (1959)
Como será o fazendeiro de 2018? Segundo um jornal do Texas da década de 50, os fazendeiros serão como cientistas.
Na edição de 17 de abril de 1959, o jornal Lubbock Morning Avalanche, no Texas, pintou uma típica visão da década de 50 sobre o futuro.
Do jornal:
O fazendeiro não será mais chamado fazendeiro. Ele vestirá um jaleco branco e será um cientista.
Ele apertará botões. “Vamos plantar bananas neste inverno, Sarah”, ele vai dizer para sua esposa, enquanto aperta o botão. Aí, de repente, surgirão bananas!
Seus campos serão cobertos com grandes cúpulas de plástico, ele controlará a temperatura e os níveis de água dentro desse espaço. Ele também ligará ou desligará o Sol.
Ele se sentará em uma torre de controle e operará uma plantação automática, fertilização, capinação e máquinas de colheita. O fazendeiro terá uma máquina que arrancará os vegetais dos campos por sucção, e os processará, os empacotará e os etiquetará para o mercado no caminho até o celeiro. “Faz oito anos que não vou até a South 40”, o fazendeiro dirá. “Preciso ir lá pessoalmente num desses dias.”
Sua esposa dirá: “Ah, Henry, por que se importar com isso? Por que você não envia nosso cérebro eletrônico ambulante e aí ele te passa um relatório?”
A agricultura, de fato, está usando bastante tecnologia para produzir comida para o mundo. Mas essa ideia de o fazendeiro ser um cientista é algo que ainda devemos ver nos próximos anos. Agora, se pensarmos melhor em que nível o fazendeiro médio é só um fazendeiro pode ser considerado subjetivo.
As pessoas de 2018 vão assistir a filmes da Primeira Guerra Mundial (1918)
Hoje a gente toma como certo o fato de que as futuras gerações poderão ver vários vídeos de conflitos. Mas essa premissa obviamente nem sempre existiu. A tecnologia do filme cinematográfico era relativamente primitiva durante a Primeira Guerra Mundial, mas estava se tornando claro para as pessoas de 100 anos atrás que no futuro seria possível ver gravações do que eles chamavam de a Grande Guerra ou a Guerra de Todas as Guerras.
Da edição de 23 de novembro de 1918 do jornal Middletown Times Press, de Nova York:
Quão interessante seria o valor educacional de gravações da Guerra Civil para as presentes e futuras gerações? Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, mas essas imagens sem sombra de dúvidas fariam com que o conflito ficasse mais claro para as pessoas de hoje e do futuro. Graças ao United States Army Signal Corps, o papel da América na Grande Guerra será imortalizado em filmes, assim as pessoas daqui a 100 anos não só lerão sobre o assunto, mas poderão ver o que aconteceu. A segunda parcela da resposta americana, mostrada em Stratton na última noite, e que será repetida hoje, é um filme épico. Os milagres atingidos pelos americanos na França são inacreditáveis até você vê-los na tela com uma fidelidade que não deixa dúvidas.
Bom, é possível ver filmes na Primeira Guerra mundial, porém tem uma barreira cultural que talvez as pessoas de 1918 não contavam. Colocando de forma simples, as pessoas de 2018 não têm muito interesse em filmes antigos.
Parte disso ocorre pela falta de interesse da participação americana na Primeira Guerra Mundial. De modo geral, os americanos não aprenderam bastante sobre o conflito comparado com a Segunda Guerra Mundial. E, é claro, outro fator é a idade dos filmes. Ver uma filmagem de 1910 é como entrar em uma máquina do tempo, e os valores de produção que temos atualmente são incomparáveis com o que havia no passado.
Tudo isso só mostra como estas filmagens antigas são como uma forma de arte única e especial e que devem ser examinadas como tal. De qualquer jeito, não é isso que faz as pessoas de 2018 a assistirem vídeos feitos há um século.
Viagem guiada para Marte em 2018 (1996)
Recentemente, a administração Trump anunciou planos de fazer os Estados Unidos voltarem à Lua e, eventualmente, até para Marte. Porém, quase todo presidente moderno apresentou essa ideia. Lembra quando o George W. Bush disse a mesma coisa? E quando essa mesma ideia voltou à tona na administração Obama? Chegamos até ouvir algo parecido na administração Clinton.
De fato, abaixo você poderá ver que 2018 foi mencionado como o ano em que teríamos uma missão tripulada com direção a Marte. Do relatório anual de estudos espaciais, de 1996:
Dr. Holloway mostrou a necessidade de um plano concreto de pesquisa, com prazos flexíveis, que permitiriam a NASA estar preparada para uma missão guiada para Marte no ano de 2018. Ambas as apresentações, tanto a dada pelo vice-diretor de ciências da vida da NASA, Frank Sulzman, como esta, ajudaram a força tarefa a melhorar o foco desta missão. O doutor Walter Schimmerling, da divisão de ciências da vida e divisão de aplicações, realizou uma apresentação sobre o design de um programa de pesquisa de radiação.
Nós ainda estamos esperando uma viagem para a Marte. E, apesar da promessa de caras como Elon Musk, nós provavelmente vamos esperar ainda um pouco mais para ter uma missão tripulada para o planeta vermelho.
Fogo causado em mina de carvão subterrânea que começou em 1884 ainda estará ativo em 2018 (1918)
Em 1884, mineiros de New Straitsville, em Ohio, levaram carros de carvão para dentro de uma mina durante uma disputa trabalhista. Estes carros iniciaram um fogo subterrâneo que queima até hoje. E isto foi exatamente o que as pessoas de 1918 previram.
Na edição de 4 de julho de 1989 do jornal Corydon Republican, de Indiana, foi republicado um artigo do Popular Mechanics sobre o incêndio. E o artigo previu que após 100 anos (também conhecido como hoje em dia) a humanidade ainda veria o fogo queimando.
Do Corydon Republican:
Provavelmente o maior incêndio do mundo está queimando no sul de Ohio. Já está ativo por mais de 30 anos e foi mantido por mais de 15 mil toneladas do melhor carvão dos Estados Unidos. O foto já se espalhou por 46 km quadrados do território, e já consumiu mais de 1.500 acres de veias de carvão que em algumas áreas conta com 4 metros de espessura, mas que em média tem 2 metros.
As pessoas não fazem mais coisas para durarem com faziam antigamente, né?
Imagem do topo: Professor Lelio Alberto Fabriani, conhecido como “O Mágico de Roma”, em 27 de junho de 1952. Crédito: AP