Pix, do Banco Central, já responde por 30% das transações entre contas de bancos diferentes

Em apenas um mês, o novo sistema de transações financeiras movimentou mais de R$ 83 bilhões e registrou 46,4 milhões de pessoas.
Pagamentos. Imagem: David Dvořáček (Unsplash)
Imagem: David Dvořáček (Unsplash)

O Pix estreou no Brasil há cerca de um mês. Foi tempo suficiente para mostrar a força do novo sistema de transferências do Banco Central, que movimentou R$ 83,4 bilhões entre os dias 16 de novembro e 15 de dezembro. A adesão tem sido tão significativa que, só entre os dias 9 a 15 de dezembro, o método sozinho respondeu por mais de 30% de todas as transferências interbancárias no Brasil, alcançando um espaço que até então era dominado apenas por TEDs e DOCs.

Os mais de R$ 83 bilhões correspondem a um número impressionante de transações registradas do dia 16 de novembro, quando o Pix foi lançado, a 15 de dezembro: 92,5 milhões de solicitações. De acordo com o Banco Central, a média de transferência no período foi de R$ 896, sendo que, entre pessoas físicas, a média ficou em R$ 496. Já para transações entre empresas, o valor médio de cada transação foi de R$ 14.686.

O BC ainda afirma que, até o momento, 46,4 milhões de pessoas físicas e 3 milhões de empresas cadastraram suas chaves Pix. Cada companhia e usuário podem registrar várias chaves simultaneamente. É por esse motivo que o número de chaves é ainda maior: 116 milhões, das quais 111 milhões são de pessoas físicas e as outras 5,1 milhões de pessoas jurídicas. O uso mais comum é atrelar o CPF a uma chave — nessa opção, foram 40,2 milhões de cadastros. Na sequência aparece a chave aleatória (29,1 milhões), celular (25,9 milhões), e-mail (18,2 milhões) e CNPJ (2,5 milhões).

João Manoel Pinho de Mello, diretor do Banco Central, contou ao Mobile Time que o BC enxerga um uso bastante segmentado do Pix, que por enquanto é utilizado majoritariamente entre pessoas físicas. Estas respondem por 84% dos pagamentos confirmados até agora e 44% do valor movimentado no sistema financeiro da entidade. Mello acredita que essa tendência deve acontecer só agora no início de vida da ferramenta, e que sua adesão deve aumentar nos pagamentos de pessoas físicas para empresas, além do comércio.

E deve ser isso mesmo que vai acontecer. Pouquíssimos estabelecimentos aceitam o Pix no momento. Logo, quando mais companhias aderirem a novidade, o número de transações comerciais tende a aumentar. Um primeiro passo já foi dado: nos próximos meses, será possível fazer recargas de celular, pagar faturas e até comprar no varejo online usando o Pix.

O Pix não tem passado por instabilidades muito significativas. Além disso, o índice de rejeição foi de apenas 0,5% neste primeiro mês de uso. Essa taxa corresponde às operações não concluídas devido a algum erro por parte dos próprios usuários — por exemplo, ao inserir uma informação incorreta. Para efeito de comparação, esse índice fica entre 4% e 5% nas transferências via TED e DOC, que exigem que o cliente digite números do banco, da agência e da conta — no Pix, basta inserir uma chave.

[Mobile Time]

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