Ciência

Planeta ou cometa? Cientistas encontram astro com cauda gigante

Astro está perdendo uma quantidade extraordinária de atmosfera através de uma cauda expansiva, semelhante a de um cometa; veja vídeo
Imagem: Observatório WM Keck/Reprodução

Astrônomos descobriram que o exoplaneta WASP-69b, localizado a cerca de 160 anos-luz da Terra, possui uma cauda gigante e expansiva. De acordo com a nova pesquisa, o astro está perdendo uma quantidade extraordinária de atmosfera através da cauda, com o planeta ganhando uma aparência semelhante a de um cometa.

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As imagens chamaram atenção dos pesquisadores, já que a atmosfera está sendo continuamente “soprada” pela radiação da estrela. Isso está resultando em uma perda estimada de 200 mil toneladas de material por segundo. Veja a simulação, abaixo:

Em 2018, astrônomos já sugeriam a possibilidade do exoplaneta ter uma cauda de gás. Porém, observações mais recentes do Observatório Keck, no Havaí, revelaram que essa cauda atinge impressionantes 563 mil km de comprimento — cerca de sete vezes a largura do planeta.

Este gigante gasoso é conhecido por circundar em apenas 3,9 dias a sua estrela, localizada na direção da constelação de Aquário.

O estudo foi publicado esse mês no Astrophysical Journal. Dakotah Tyler, coautor do estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos EUA, afirmou em um comunicado que o planeta está sendo “banhado por radiação”. Ele ainda brincou: “Se você estiver pensando em se aposentar, sugiro que não pense em se aposentar neste planeta”.

“Com cerca de 90 vezes a massa da Terra, o WASP-69b tem um reservatório de material tão grande que mesmo a perda desta enorme quantidade de massa não o afetará muito ao longo da sua vida. Não corre o risco de perder toda a sua atmosfera durante a vida da estrela”, explicou Tyler.

Evolução dos planetas

As novas descobertas não apenas intrigam os astrônomos, mas também lançam luz sobre a evolução dos planetas em relação às suas estrelas-mãe.

Erik Petigura, coautor do estudo, destacou a raridade do WASP-69b. De acordo com ele, essa descoberta oferece uma “oportunidade única de estudar a perda de massa atmosférica em tempo real e compreender a física crítica que molda milhares de outros planetas”.

Além disso, essa descoberta pode proporcionar uma compreensão valiosa sobre os processos atmosféricos em exoplanetas, expandindo nosso conhecimento sobre a vastidão do universo.

Segundo os pesquisadores, estudar diretamente este tipo de perda de massa atmosférica é fundamental para compreender exatamente como os planetas da galáxia evoluem ao longo do tempo com as suas estrelas.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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