Quem não se lembra da febre que era o Snapchat há cinco, seis anos? Todo mundo adorava o aplicativo, que tinha vários efeitos fofinhos e engraçados — como o clássico filtro de orelhas e língua de cachorro.
O fato é que, depois de algum tempo “sumido” — pelo menos do público brasileiro –, o Snapchat está de volta. Agora, o foco da rede social é adicionar novas maneiras de fazer criadores de conteúdo ganharem dinheiro, voltando para a rede social (e atraindo mais usuários, claro).
O aplicativo está lançando um recurso chamado Spotlight Challenges, que dará prêmios a criadores a cada semana. Ganha quem fizer vídeos usando filtros específicas, cumprir certas atividades ou reproduzir certos sons na função Spotlight — focada em entregar aos usuários sequências de vídeos feitos na vertical.
Se a proposta do Spotlight soa familiar oara você, é porque é exatamente isso que você está pensando: o recurso é um clone do feed do TikTok, que já tinha sido copiado pelo Reels do Instagram.
O objetivo é permitir a criação de conteúdo ao estilo TikTok, que podem ser compartilhados com toda a comunidade, mesmo para usuários que não são seus amigos. É aquela velha história: pode copiar, só não faz igualzinho.
A intenção da Snap Inc., desenvolvedora do aplicativo, é retomar a liderança do setor apostando em um público mais jovem. A ideia é que os criadores que produzirem os vídeos mais vistos recebam dinheiro a cada desafio. Os pagamentos, que “normalmente variam de US$ 1 mil a US$ 25 mil”, com ganhos mínimos de US$ 250, segundo o Snap, serão divididos entre os vencedores.
Ladeira abaixo
Entre 2015 e 2016, o Snapchat era uma das redes mais queridinhas do brasileiro — na verdade, do mundo. Mas, com a chegada dos mesmos recursos em outros aplicativos, como o Instagram, a rede social perdeu seu apelo.
Em 2016, cerca de 57% dos brasileiros usavam Snapchat, e a rede social parecia correr a passos largos para alcançar a popularidade de nomes como o Twitter. De acordo com uma pesquisa feita no início de 2021, o aplicativo, que estava entre os mais consumidos no país há cinco anos, agora está na décima posição — perdendo até para o Mensseger do Facebook.
Renascendo das cinzas
Os anos de 2020 e 2021 provocaram significativas mudanças nos hábitos digitais das pessoas em todo o mundo. Com a pandemia de Covid-19, o consumo de informações — nos mais variados formatos — nas mídias sociais aumentou significativamente. Isso acabou gerando algumas mudanças e ajudando algumas mídias “esquecidas”. O Snapachat foi uma delas.
Em maio deste ano, o CEO da empresa Evan Spiegel, revelou os números atuais da rede social no primeiro semestre de 2021. “Agora, alcançamos mais de 500 milhões de usuários ativos por mês, e quase um em cada dois usuários de smartphones nos Estados Unidos está no Snapchat”, disse, na ocasião.
A plataforma, que expandiu suas ofertas além de suas mensagens originais, mas havia dito em abril que tcontava com 280 milhões de usuários ativos diários.
Reformulação dos conteúdos
Os novos desafios da rede social são incentivar cada vez mais usuários a consumirem a rede e colaborarem para o seu crescimento.
Essa busca pode impulsionar certas tendências ou encorajar a produção de diferentes tipos de conteúdo, que as pessoas normalmente não fariam.
Ou seja: isso pode diferenciar o Spotlight do TikTok e dar às pessoas um motivo para continuar voltando para encontrar algo novo — e de quebra ganhar uma grana.
A empresa também vê uma oportunidade potencial de receita. Os desafios não serão patrocinados no lançamento, mas o Snap “pode” oferecer outros patrocinados no futuro, disse um porta-voz do Snap ao site The Verge.