Em 2010, o mundo presenciou o resgate milagroso dos 33 mineiros que estavam presos em uma mina de São José, no Chile. O líder do grupo que ficou 69 dias a mais de 700 metros de profundidade, Mario Sepúlveda, ganhou reconhecimento internacional por suas ações durante o episódio.
Conhecido por seu espírito positivo, Sepúlveda ajudou a manter a união, levantar a moral entre os mineiros e foi o porta-voz do grupo.
Inclusive, em 2015, Antonio Banderas interpretou o líder no filme “Os 33”, que revive o drama dos mineiros que ficaram presos na mina e as ações que levaram ao resgate. O filme também traz no elenco o ator brasileiro Rodrigo Santoro. Confira um trecho do filme:
A mina existia há mais de 100 anos e teve um desmoronamento interno que fez uma enorme rocha cair sobre o único túnel que tinha ligação com a superfície. Dentro, ficaram 33 mineiros, sendo 32 deles do Chile e mais 1 boliviano.
O resgate teve transmissão ao vivo para todo mundo e alavancou a fama de Sepúlveda. Reveja:
Agora, 13 anos depois do ocorrido, Mario Sepúlveda (ou Super Mario, como ficou conhecido), ainda carrega consigo a história que mudou suas vidas. Desde o seu retorno à superfície, no dia 13 de outubro de 2010, a vida do líder teve vários momentos inusitados após ganhar uma fama internacional sem precedentes.
Vida após resgaste
O líder dos mineiros comenta sobre o lado negativo desse reconhecimento em entrevista ao jornal argentino La Nacion. De acordo com ele, a fama cobrou seu preço, pois o mineiro não estava preparado para o que viria a seguir.
Sepúlveda afirma que a exposição pública gerou vários convites de trabalho meio bizarros, incluindo a participação em um filme erótico.
Além disso, a mudança repentina em sua vida gerou problemas emocionais presentes até hoje. Sepúlveda afirma ter problemas com o sono desde o acidente, precisando tomar remédios para dormir. Assim como ele, outros mineiros tiveram problemas psicológicos, como um estado de alerta constante devido ao trauma do acidente.
O líder dos 33 mineiros também enfrentou problemas legais e financeiros, sem receber ainda a indenização que a justiça determinou para os mineiros. Além disso, Sepúlveda comenta sobre dificuldades em encontrar emprego devido à imagem que a mídia criou do líder dos 33 mineiros chilenos.
“No meu caso, precisei me conter porque as empresas não me ofereciam emprego, pois a mídia me pintou como um homem conflituoso, um sindicalista”, disse.
Mario Sepúlveda se dedica a realizar palestras motivacionais, encorajando trabalhadores a ter persistência e espírito de equipe, além de ressaltar a importância de equipamentos de proteção e da segurança do trabalho.
No entanto, Sepúlveda afirma que o maior desafio de sua vida, após o resgate dos 33 mineiros, é o autismo severo de seu filho, que causou vários impactos na vida de sua família.
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