O vulcão Westdahl Peak, localizado nas Ilhas Aleutas, no Alasca (EUA), passou por uma série de erupções entre 1991 e 1992. Desde então, o gigante continuou inchando, com sua câmara de magma ativa.
Isso levou os cientistas a acreditarem que, em pouco tempo, ele explodiria de novo. Previsões baseadas na profundidade do vulcão, tamanho de sua câmara de magma, entre outros detalhes marcaram 2010 como o ano de retorno de suas atividades, mas Westdahl Peak está 12 anos atrasado.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Illinois, nos EUA, resolveu investigar o que estava causando a demora.
Afinal, o que o vulcão no Alasca tem de diferente de outros vulcões?
A resposta vai parecer até um pouco óbvia: ele possui neve em sua superfície. Mais especificamente, uma calota de gelo com cerca de um quilômetro de espessura.
De acordo com o estudo divulgado na revista Frontiers in Earth Science, o tamanho dessa camada de gelo interfere no volume necessário dentro do vulcão para que ele supere a força da rocha que o envolve e acabe explodindo.
No caso do vulcão do Alasca, os cientistas chegaram à conclusão que a pressão da calota de gelo adiciona cerca de sete anos de dormência ao gigante, em comparação com modelos sem neve. É um tempo insignificante em escala geológica, mas considerável na contagem de tempo humana.
Mas esse parece não ser um motivo isolado. Os cientistas não sabem, por exemplo, quão perto o vulcão está da falha tectônica, o que influencia em sua proporção de lava. Se o fluxo para o reservatório de magma tiver diminuído nos últimos anos, é esperada uma menor atividade.
A presença de gelo sobre os vulcões deve ser considerada em previsões futuras. Mas é preciso ficar atento: as mudanças climáticas, que levam ao aquecimento do globo e derretimento de geleiras, podem alterar alguns resultados não apenas para o Westdahl Peak, mas também para outros vulcões de alta latitude.