O Parkinson atinge cerca de 200 mil brasileiros, causando tremores e movimentos mais lentos. Agora, um estudo chinês sugere que o tai chi pode ajudar a retardar os sintomas da doença por vários anos.
De acordo com os especialistas, a nova pesquisa corrobora antigos estudos sobre os benefícios do exercício para pessoas com a doença, que é progressiva. Os resultados foram publicados na revista Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry.
O que é o tai chi
A arte marcial é tradicional da China, com origem no século 17. Hoje, já tem mais de 250 milhões de praticantes em todo o mundo.
De modo geral, ela combina movimentos lentos e suaves com respiração profunda, concentração mental e relaxamento. Por isso, é uma atividade física de baixa intensidade, como mostrado abaixo.
Entenda a pesquisa
Para analisar os efeitos da prática de tai chi no desenvolvimento do Parkinson, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Jiao Tong, em Xangai, monitoraram a saúde de centenas de pacientes com a doença.
Eles dividiram os participantes em dois grupos. O primeiro, com 147 pessoas, praticou tai chi duas vezes na semana, durante cinco anos. Já o segundo grupo, com 187 indivíduos, não fez arte marcial.
Após o período de análise, os cientistas descobriram que a doença progrediu mais lentamente no grupo de tai chi. De acordo com o estudo, a progressão do Parkinson foi mensurada em termos de sintomas, movimentos e equilíbrio.
Além disso, o tai chi demonstrou ter outros efeitos benéficos à saúde dos participantes. Isso porque o grupo praticante da arte marcial também teve menos quedas, menos dor nas costas e tonturas, menos com problemas de memória e concentração.
Ao mesmo tempo, o sono e a qualidade de vida continuaram a melhorar. Por isso, os pesquisadores dizem que o tai chi pode ser usado para gerenciar o Parkinson a longo prazo e prolongar a qualidade de vida, ao mesmo tempo em que ajuda a manter os pacientes ativos.
À BBC, outros especialistas disseram que ainda é cedo para afirmar que o tai chi é neuroprotetor. No entanto, eles alegam que os efeitos positivos em aspectos das funções motoras e não motoras são impressionantes.
De modo geral, várias formas de exercício físico beneficiam a saúde. Contudo, entender quais delas são mais benéficas para casos específicos, como o Parkinson, é importante para melhorar o cuidado a longo prazo dos pacientes.