Prato do dia: microalgas. Saiba mais do superalimento sustentável do futuro

As microalgas atraem o interesse dos pesquisadores como uma fonte de alimento eficiente para criar biomassa. Saiba mais delas
Prato do dia: microalga. Saiba mais do superalimento sustentável do futuro
Imagem: CSIRO/Wiki Commons/Reprodução

A crise climática e a degradação ambiental podem acelerar a adoção de um novo alimento na mesa da população global: as microalgas. Pesquisadores da UCSD (Universidade da Califórnia), em San Diego, acreditam que essas espécies marinhas substituirão a carne. O motivo: elas têm alto teor de proteína e nutrição. 

Apesar de já terem sido estudadas como fonte de biocombustível por causa do alto teor de lipídios e gorduras, as microalgas também atraem o interesse dos pesquisadores como uma fonte de alimento eficiente para criar biomassa. 

O termo “microalga” engloba milhares de espécies de algas unicelulares microscópicas e outros organismos fotossintéticos encontrados na água. No Brasil, o uso mais comum é na alimentação de peixes e outros organismos aquáticos cultivados.

“Muitos de nós conhecemos o potencial das algas como alimento há anos”, disse o co-autor Stephen Mayfield, professor de biologia na UCSD, ao site Phys. “Mas, agora, com as mudanças climáticas, o desmatamento e uma população de 8 bilhões, todos percebem que o mundo precisa se tornar mais eficiente na produção de proteínas”.

Segundo Mayfield, a principal vantagem das microalgas é a produção de proteína por hectare. “As algas simplesmente diminuem o atual padrão-ouro da soja em pelo menos 10 vezes, talvez 20, em produção por hectare”, explicou. 

O que tem de especial nas microalgas 

Em termos nutricionais, muitas espécies de microalgas são ricas em vitaminas, minerais e macronutrientes essenciais à alimentação humana, como aminoácidos e ácidos graxos ômega-3. 

Mas o que também chama a atenção é o potencial de produtividade. Um estudo de 2014 mostra que as algas podem produzir 167 vezes mais biomassa útil do que o milho com a mesma quantidade de terra. 

Além disso, o cultivo de algumas espécies de algas pode acontecer em água salobra ou salgada, o que sugere que a água doce tende a ficar para outras necessidades humanas. 

O principal desafio, agora, é encontrar ou desenvolver variantes de algas que atendam a requisitos como alta produção de biomassa e proteína e, especialmente, com condições eficientes de cultivo e crescimento. 

“De fato, o maior desafio para o desenvolvimento comercial não é necessariamente científico, técnico ou estético. É a capacidade de escalar a produção globalmente”, pontuou Mayfield.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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