Presidente da Samsung Electronics é condenado a 18 meses de prisão por sabotar sindicato

O presidente da Samsung Electronics, Lee Sang-hoon, foi condenado em Seul a 18 meses de prisão por tentativas de atrapalhar sindicatos.
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Imagem: AP

O presidente da Samsung Electronics, Lee Sang-hoon, foi condenado em Seul a 18 meses de prisão por tentativas de atrapalhar sindicatos, em violação às leis trabalhistas.

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O Wall Street Journal relata que duas dezenas de funcionários da Samsung foram considerados culpados por acusações relacionadas, incluindo acusações de coleta de informações financeiras, conjugais e de saúde mental de membros do sindicato do departamento de atendimento ao cliente.

Isso encerra uma investigação de um ano sobre as alegações de atividades ocultas da Samsung. O inquérito começou em 2013, quando um político sul-coreano vazou uma diretriz interna da empresa por impedir e desmembrar sindicatos.

A investigação foi suspensa e reaberta novamente depois que os promotores obtiveram um mandado para entrar na Samsung Electronics como parte de uma investigação separada e obtiveram milhares de documentos semelhantes relacionados à sabotagem de sindicatos.

Em 2018, os promotores indiciaram 32 pessoas, incluindo Lee, pelo que eles chamaram de “uma organização criminosa que mobilizou toda a capacidade da empresa”, alegando que um complô havia ameaçado cortar os salários dos funcionários sindicalizados.

Separadamente, a Samsung, empresa controladora da Samsung Electronics, se envolveu um escândalo nacional de se arrastou por um ano que levou ao impeachment e prisão da ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye.

Park foi considerado culpada de acusações relacionadas a suborno envolvendo a Samsung e outras empresas. A saga trouxe multidões de manifestantes pedindo a renúncia de Park (e, para o bem ou para o mal, criticando-a por seu envolvimento com uma líder de culto xamânico, que supostamente conspirou com ela para solicitar os subornos). Em abril passado, Park foi condenada a 24 anos de prisão por 18 acusações.

Em 2017, Lee Jae-yong, vice-presidente da Samsung (que não tem nenhuma relação com o presidente da Samsung Electronics considerado culpado hoje), foi condenado a cinco anos de prisão por suposto desvio de dinheiro e pelo suborno de Park. Ele foi libertado depois de um ano, quando o tribunal de apelações reduziu e suspendeu sua sentença.

Isso foi considerado pela opinião pública sul-coreana um absurdo e uma demonstração do grande poder da Samsung. As condenações de suborno do pai de Lee já haviam passado impunemente no passado. Em abril, a Suprema Corte da Coreia do Sul constatou que o tribunal de apelações subvalorizou os subornos em US $ 3 milhões e que eles seriam, na verdade, de US$ 7 milhões. Ela devolveu o caso a um tribunal de apelações para revisá-lo com mais escrutínio.

A França acusou separadamente a Samsung Electronics por seu código ético supostamente “enganoso“, além de empregar crianças e sujeitar trabalhadores a condições desumanas. Em 2018, o co-presidente da Samsung Electronics, Kim Ki-nam, pediu desculpas por não “gerenciar adequadamente os riscos para a saúde” em suas fábricas depois que mais de 100 pessoas morreram de doenças relacionadas ao trabalho, incluindo câncer. Mais sobre a história miserável da Samsung de abusos trabalhistas pode ser encontrado nestes três links.

Essa reputação terrível não parece incomodar a Samsung; a preocupação parece girar em torno da queda da liderança do conglomerado. Como observa o Wall Street Journal, as ações da Samsung Electronics subiram na terça-feira (17) após a sentença de Lee Sang-hoon.

A Samsung não estava disponível para comentar imediatamente o episódio.

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