Este é o primeiro raio-X de uma célula viva

Hoje em dia, para conseguir uma visão raio-X superdetalhada dentro de uma célula – diferenciando até entre uma molécula e outra – cientistas precisam mergulhá-la em conservantes químicos. Isso não só mata a célula, como muda um pouco sua estrutura interna; ou seja, os pesquisadores não conseguem ver exatamente o estado natural da célula. Agora, […]

Hoje em dia, para conseguir uma visão raio-X superdetalhada dentro de uma célula – diferenciando até entre uma molécula e outra – cientistas precisam mergulhá-la em conservantes químicos. Isso não só mata a célula, como muda um pouco sua estrutura interna; ou seja, os pesquisadores não conseguem ver exatamente o estado natural da célula.

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Agora, cientistas do Centro de Pesquisa DESY na Alemanha descobriram uma forma de contornar isso, com uma técnica que produziu o primeiro raio-X do mundo de uma célula viva.

Sim, tecnicamente falando, o raio-X que você tirou na sua última consulta ao médico exibe células vivas. Mas estamos falando aqui de algo diferente, uma técnica precisa e de alta energia que nunca produziu imagens de células vivas antes – e ela é necessária para visualizar estruturas com meros nanômetros. Seu raio-X de osso quebrado não permite isso.

Em um artigo publicado na Physical Review Letters, a equipe descreve um sistema para manter vivas as células cancerígenas do córtex adrenal durante uma análise com raios-X.

Primeiro, eles cultivaram as células em placas de nitrito de silício, material quase invisível para o raio-X. Os cientistas bombearam nutrientes para as células, e evacuaram os resíduos metabólicos através de canais extremamente pequenos de 0,5 mm.

Então, eles usaram pequenos pulsos de raio-X que duravam 0,05 segundos, pois uma longa exposição pode danificar ou matar uma célula viva. Assim, eles conseguiram produzir imagens bem nítidas, onde até mesmo estruturas em escala nanométrica são visíveis.

xray living cell

Estes raios-X, quando comparados a imagens de células tratadas quimicamente, provam que o processo tradicional faz mudanças significativas nas pequenas estruturas de 30 a 50 nanômetros dentro da célula.

Uma técnica como esta pode revolucionar a nossa visão das estruturas dentro das células. Na verdade, ao provar que o tratamento químico altera a estrutura celular, ela já mudou muita coisa. [DESY via EurekAlert]

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