Primeiro telescópio de espelho líquido voltado para a astronomia é instalado na Índia

Cientistas esperam, no futuro, instalar telescópios do tipo direto da Lua, o que permitiria a observação das primeiras estrelas do Universo
Telescópio de espelho líquido
Imagem: Anna e Jean Surdej/Science/Reprodução

A Índia acaba de inaugurar o primeiro telescópio de espelho líquido voltado para a observação astronômica do mundo. O maquinário foi instalado no campus do Observatório Devasthal, do Instituto de Pesquisa de Ciências Observacionais Aryabhatta (ARIES), e deve iniciar suas operações científicas em outubro deste ano. 

O Telescópio Internacional de Espelho Líquido (ILMT), como foi chamado oficialmente, pode ser definido como uma piscina gigante de mercúrio. São, no total, 50 litros do metal que ficam girando no recipiente de quatro metros de diâmetro. Isso acaba gerando um enorme refletor parabólico que reflete a luz. 

O telescópio de espelho líquido é muito mais barato que os instrumentos convencionais, mas essa não é sua única diferença. Ele é capaz de examinar uma longa faixa no céu, captando estrelas, galáxias, asteroides, entre outros objetos celestes de uma só vez. Por outro lado, os telescópios convencionais apontam para apenas um alvo de interesse por vez.

Não para por aí. Os telescópios convencionais também têm tempo fixo pré definido para observar cada objeto celeste. Enquanto isso, o telescópio de espelho líquido capturará as imagens do céu sem parar durante todas as noites. O plano é que ele funcione nove meses por ano até 2027.

O telescópio é fruto de uma parceria entre Bélgica, Índia, Canadá, Polônia e Uzbequistão. O investimento para chegar ao maquinário foi de US$ 2 milhões. Cabe aqui uma comparação: o Telescópio Óptico Devasthal (DOT) de 3,6 metros, construído na mesma época, custou US$ 18 milhões.

Os cientistas esperam, no futuro, utilizar a tecnologia do telescópio de espelho líquido para observações direto da Lua. O satélite é um bom local de instalação devido a menor quantidade de atividade sísmica e a ausência de atmosfera. Por lá, poderiam ser construídos refletores de até 8 metros de diâmetro, capazes de olhar para as primeiras estrelas do Universo.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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