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Projeto do SENAI usa fibra de bananeira para produzir roupas sustentáveis

Biodegradável, o tecido de fibra do pseudocaule da bananeira é uma das fibras naturais mais fortes, ainda que pouco exploradas na indústria

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Depois do couro vegetal de fungos, vem aí outro material de roupa sustentável. Estudantes do SENAI CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), no Rio de Janeiro, e a marca Musa Fiber desenvolveram tecido a partir da fibra do pseudocaule da bananeira.

Além da matéria-prima sustentável e biodegradável, a fibra da bananeira também é uma das mais fortes fibras naturais. Diferentes partes do pseudocaule podem resultar em fios com maior ou menor espessura, maleabilidade e resistência.

Seu tecido, aliás, é tão forte e duradouro quanto cânhamo, bambu e outras fibras naturais. Além disso, se comparado ao algodão, sua produção exige muito menos água e agrotóxicos. Seu tecido também vem do reaproveitamento de resíduo agrícola. Ou seja, sua produção individual não gera emissões de gases do efeito estufa.

De acordo com o líder do projeto, o pesquisador Ricardo Cecci, a ideia surgiu após identificarem formas de aplicação para a fibra do pseudocaule da bananeira, formado de fibras celulósicas de boas características morfológicas, permitindo projetar uma celulose com alta resistência mecânica.

Atualmente, o Brasil tem cerca de 500 mil hectares de plantação de banana, cuja colheita gera toneladas de resíduos. Isso porque as bananeiras precisam de cortes estratégicos para que os frutos voltem a crescer. Sendo assim, o processo gera um desperdício de cerca de 40% dos pseudocaules, que vão para descarte.

“É uma fibra que temos disponível em abundância tanto no Brasil como no mundo. O tecido à base do pseudocaule da bananeira gera impacto por ser um tecido sustentável, reciclável, renovável, com qualidade e preço competitivo. Ele vem para agregar uma nova possibilidade para a indústria, dando possibilidade de as pessoas consumirem esse produto, e assim, diminuir o consumo de outros tecidos e materiais que causam maior impacto no meio ambiente como fibras derivadas de petróleo e algodão, por exemplo” disse o proprietário da empresa Musa Fiber, Leandro Alves.

Veja peças abaixo:

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