Quais as câmeras usadas nas fardas de policiais do Rio e São Paulo

Apesar do debate no uso dessas câmeras, estudo mostra que mortes em ações policiais cairam 57%. Confira o vídeo de uma abordagem
Quais as câmeras usadas nas fardas de policiais do Rio e São Paulo
Imagem: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

O uso de câmeras durante operações da polícia tem se tornado cada vez mais comum em vários países, inclusive no Brasil. Em estados como do Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, já é possível ver esses equipamentos presos às fardas dos policiais e outros agentes de segurança pública.

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No caso do governo do estado do Rio, são quase 22 mil câmeras corporais sendo usadas por policiais militares e civis, além de agentes da Lei Seca, Detran, Defesa Civil e, até mesmo, fiscais da Fazenda.

As câmeras foram adquiridas por meio de uma licitação, em novembro de 2021, com o início do uso delas em maio do ano passado. O modelo de bodycam usado no Rio é a DS-MH2311(C), e que usa um software desenvolvido pela própria Hikvision, em parceria com a norte-americana Visiologix.

Elas são fabricadas pela chinesa Hikvision, e foram adquiridas pela L8 Group, vencedora do pregão que vende cada câmera por R$ 296.

Na prática, cada dispositivo pertence a um único agente. Para usá-lo, o policial precisa desbloqueá-lo com o uso de um sistema de reconhecimento facial. A gravação inicia assim que o agente solta a câmera do totem de carregamento.

As câmeras têm autonomia de 12 horas e gravam vídeos em média resolução, tanto na câmera quanto na nuvem, com as imagens podendo ficar armazenadas por até 60 dias. Elas também contam com a opção de gravação em HD, com o arquivo sendo salvo na nuvem pelo período de um ano.

Câmera DS-MH2311(C), da Hikvision, usado pelas forças policiais do Rio de Janeiro.

Câmera DS-MH2311(C), da Hikvision, usado pela polícia do Rio de Janeiro. Imagem: Hikvision

Além da transmissão ao vivo das imagens por conexão móvel, o sistema inclui assinatura digital para evitar adulteração das imagens e conhecer os responsáveis pela captação. As imagens são acompanhadas por uma central de operações, que pode acionar remotamente a opção de gravação em HD quando necessário.

As imagens ficam disponíveis para os órgãos de controle, como corregedorias, a Defensoria e o Ministério Público.

Bodycamps dos policiais de São Paulo

Já as câmeras usadas pelos policiais do estado paulista foram anunciadas em 2019, por meio do programa “Olho Vivo”. A implantação começou em 2020, em caráter experimental, e hoje conta com 10 mil unidades contratadas, que monitoram as atividades de cerca de 40 mil policiais militares – metade do efetivo total.

O modelo usado em São Paulo é a Axon Body 3, e foram contratadas por consórcio da Advanta/Axon, num valor que supera os R$ 60 milhões.

A câmera possui resolução de vídeo 1080p e com bateria com duração de até 12 horas. Ao contrário do Rio de Janeiro, os policiais paulistas ligam o equipamento apenas quando estão a caminho de uma ocorrência enviada pelo COPOM (Centro de Operações Policiais Militares).

Modelo Axon Body 3, usado pelos policiais dos Estado de São Paulo.

Modelo Axon Body 3, usado pelos policiais dos Estado de São Paulo. Imagem: Axon

Ao final do expediente, os policiais precisam descarregar as imagens do equipamento e preencher um relatório sobre o que foi registrado. Um mesmo equipamento pode ser usado por outro agente de segurança.

As imagens também são transmitidas em tempo real para uma central e armazenadas em um serviço de nuvem protegida por criptografia, mantido pelo consórcio vencedor da licitação.

Alguns desses vídeos são compartilhados em um canal no YouTube, mostrando fiscalizações, abordagens e perseguições, como visto no link abaixo:

Segundo estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o uso das câmeras corporais reduziu em 57% o número de mortes durante ações policiais em São Paulo, em unidades que usam os equipamentos — quando comparado com o período anterior ao início do programa.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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