O que o processador minúsculo Snapdragon 835 da Qualcomm faz
A Qualcomm anunciou em janeiro, em um evento em Nova York, os detalhes do Snapdragon 835, novo processador topo de linha para smartphones e tablets. Nesta terça-feira (4), a companhia demonstrou em São Paulo as capacidades do chipset que deve equipar os principais Androids do mercado e alguns noteboooks Windows. Destaque para o tamanho: ele possui 10 nanômetros – 35% menor que os modelos anteriores, 820 e 821.
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Apesar de ser pequeno, é um processador poderoso nos números. O Snapdragon 835 tem oito núcleos, que funcionam com a técnica big.LITTLE – são utilizados quatro núcleos mais potentes de 2,45 GHz para as tarefas mais pesadas e outros quatro de 1,9 GHz que lidam com as exigências mais simples e puxam menos energia. A empresa promete um consumo de bateria 25% menor. Além disso, o chip conta com a GPU Adreno 540, que é quem faz todo o trabalho gráfico.
Essas características apoiam os pilares mais importantes para a Qualcomm. Um deles é a realidade virtual: eles disseram que trabalharam para reduzir a latência entre o instante em que se mexe a cabeça e que o celular entende o movimento. Durante a apresentação, Helio Oyama, diretor de marketing de produtos, comentou que levam 15 milissegundos para o movimento ser interpretado, graças ao processador de sinais (DSP) Hexagon 682. A tecnologia não trabalha apenas com o movimento da cabeça, mas agora reconhece suas mãos e movimentos.
Continuando com imagem, a Qualcomm diz que o Snapdragon 835 é o primeiro processador móvel compatível com o padrão HDR10, que aumenta e equilibra o contraste de pretos e brancos das imagens. Na verdade, o Galaxy Note 7 já tinha a tecnologia, mas ele faleceu.
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O processador de imagem Spectra 180 suporta um sensor de 32 megapixels ou dois sensores de 16 megapixels e três configurações – câmera única, Clear Sight (um sensor colorido e outro preto e branco) e Optical Zoom (um sensor com lente comum e outro com lente tele objetiva, para zoom óptico). Ele ainda tem um sistema integrado de estabilização ótica de imagem e reconhecimento de objetos da imagem selecionada. Este último faz parte de um circuito de machine learning que funciona nativamente, sem o uso de nuvem.
Quick Charge 4.0 e modem LTE Cat 16 também acompanham a plataforma. A primeira tecnologia permite carregar o celular ainda mais rápido: em um exemplo prático dado pela empresa, um smartphone com bateria de 3000 mAh de capacidade poderia ganhar cinco horas de autonomia com apenas cinco minutos na tomada, utilizando uma fonte de até 36 watts. Já a segunda tecnologia aproveita conexões 4G de um gigabit por segundo (no entanto, as operadoras ainda não disponibilizam essa velocidade).
Sistema integrado de estabilização ótica de imagem
O Snapdragon 835 ainda está dando os seus primeiros passos: o SoC já está no Sony Xperia XZ Premium, que será lançado até o final de abril e na versão americana do Samsung Galaxy S8.
Imagem do topo: Divulgação/Qualcomm