Quem trabalha em home office tem 35% mais chances de ser demitido, diz estudo

À medida que as práticas de trabalho como o home office, que definiram a pandemia, vão sumindo gradualmente, as empresas incentivam que os funcionários remotos retornem aos escritórios. 

Nesta nova etapa de adaptação, quem opta pelo trabalho remoto em tempo integral acaba descobrindo que esse modelo é bastante frágil e precário.

No último sábado, o Wall Street Journal divulgou um estudo que revela que, em 2023, empresas demitiram mais funcionários remotos em comparação aos funcionários que trabalham na sede da empresa ou seguem um modelo híbrido.

O estudo da firma Live Data Technologies informou que funcionários remotos têm 35% a mais de chances de serem alvos de demissões. No ano passado, 10% dos profissionais que trabalham em modelo remoto foram demitidos nos EUA, enquanto o outro grupo corresponde por 7% das demissões de 2023.

Além disso, os trabalhadores remotos são menos promovidos que os seus colegas que trabalham no local ou e maneira híbrida, com um número 31% a menos, segundo o estudo.

Outro problema é que a mudança para modelos de trabalho híbrido também está reduzindo a disponibilidade de vagas para trabalhos totalmente remotos. Andy Challenger, o vice-presidente da empresa de consultoria Gray & Christmas, observa o papel do elemento humano nessas decisões.

Segundo ele, os chefes das empresas, quando precisam reduzir a equipe em 10%, opta por demitir aqueles com quem não há uma conexão pessoal. Portanto, as demissões têm grande influência do nível de convivência.

Setor de tecnologia é o que mais demite funcionários remotos

A indústria tech, que teve um recorde no número de contratação de funcionários remotos durante a pandemia, é a que mais demite esses trabalhadores.

De acordo com o site Layoffs.fyi, que reúne dados sobre demissões nos EUA, o setor de tecnologia demitiu mais de 262 mil pessoas. Com as informações do estudo Live Data Technologies, em 2023, 26,3 mil trabalhadores remotos perderam seus cargos no setor tech.

O estudo também aponta que trabalhadores remotos mudam de emprego com maior frequência. Em 2023, 12% dos trabalhadores remotos mudaram de emprego.