Ciência

Raríssimo: veado albino é registrado por biólogo brasileiro

Animais albinos, como este veado-campestre, são raros. Eles são assim devido a uma mutação genética que impede a produção de melanina
Imagem: Bruno Sartori Reis/Reprodução

Encontrar animais impressionantes é comum para quem trabalha no Pantanal. Mas, mesmo assim, a natureza conseguiu surpreender o biólogo e guia Bruno Sartori Reis, que se deparou com um veado campeiro albino.

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Ele estava em seu local de trabalho em Caiman, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, quando se deparou com o animal extremamente raro. “Meu coração quase parou quando olhei pro campo e finalmente vi com meus próprios olhos essa entidade da natureza, uma fêmea de veado campeiro albina”, disse.

“Tive que controlar a emoção pra conseguir me aproximar e fazer alguns registros deste momento”, completou em uma publicação nas suas redes sociais.

Com sua câmera, Bruno conseguiu fazer registros do animal raro. Animais albinos são raros e podem acontecer em qualquer espécie devido a uma mutação genética que impede a produção de melanina — o pigmento que dá cor à pele.

No caso dos animais silvestres, a condição acaba os colocando em situação de grande vulnerabilidade, visto que a cor branca impede que eles se camuflem na mata para despistar e fugir de predadores.

Veja mais imagens:

Imagem: Bruno Sartori Reis/Reprodução

 

Imagem: Bruno Sartori Reis/Reprodução

Outros avistamentos do veado albino

Não é a primeira vez que um veado-campeiro albino é visto por visitantes da Caiman, em Miranda (MS). Em outubro do ano passado, o biólogo Gustavo Figueirôa filmou um filhote albino.

“O veado campeiro é uma espécie que não é comum de ser vista fora do Brasil, apesar da espécie ocorrer em vários biomas, ela é ameaçada em vários biomas, mas no Pantanal a gente consegue ver com uma certa facilidade em alguns lugares né! Porém, um veado albino é raríssimo!”, declarou o biólogo em entrevista  a TV Morena, afiliada da Rede Globo.

Ainda segundo o especialista, as cores dos animais são parte de estratégias de sobrevivência na natureza, como a camuflagem, por exemplo, o que pode dificultar a sobrevivência de albinos.

“Encontrar um animal albino já é muito raro, e um animal que ele não é tão filhotinho assim, já é meio crescidinho. Então, dá pra ver que ele já passou alguns meses sobrevivendo mesmo com essa condição de albinismo”, afirma. Veja o vídeo:

Sobre o veado-campeiro

O veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) foi descrito pela ciência em 1758, quando suas populações alcançavam parcela muito maior nos territórios brasileiro e sul-americano. Sua distribuição faz parte dos relatos pioneiros de expedições de naturalistas e de espécimes depositados em museus.

Originalmente, ocorria em cerrados e outros ambientes abertos do Brasil, da Bolívia, do Paraguai, do Uruguai e da Argentina.

Atualmente, suas populações estão restritas a porções de sua distribuição original, reduzidas e isoladas geograficamente. Alguns autores citam uma diminuição de 98% na sua área de distribuição, afirma um relatório da ONG WWF.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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