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Recorde: professor passa 100 dias debaixo d’água para estudar envelhecimento

Experiência do pesquisador Joseph Dituri, dos EUA, quer analisar os efeitos sobre a saúde física e mental de permanecer debaixo d'água por dias

Recorde: professor passa 100 dias debaixo d'água para estudar envelhecimento

Imagem: Dr. Deep Sea/Instagram/Reprodução

O professor norte-americano Joseph Dituri acaba de bater um recorde: ele viveu debaixo d’água por 100 dias. No último dia 9 de junho, o pesquisador voltou à superfície e agora vai começar a estudar os efeitos físicos da experiência. 

Dituri, também conhecido como “Dr. Deep Sea” (“Dr. Mar Profundo”, em inglês), entrou em uma espécie de aquário a 9,14 metros de profundidade em março. A cápsula fica no Jules’ Undersea Lodge, um hotel subaquático da Flórida, EUA. 

O recorde é o de maior tempo debaixo d’água sem despressurização – ou seja, sem diminuir a pressão do ar dentro do espaço. Até então, a marca era de 73 dias, estabelecida por dois professores do Tennessee, em 2014. 

Professor, mergulhador e pesquisador da área médica, Dituri queria provar a hipótese de que viver embaixo d’água ajuda a prevenir doenças relacionadas ao envelhecimento, tanto física quanto mentalmente.

“Nunca foi pelo recorde”, disse Dituri à agência de notícias Associated Press. “É sobre estender a tolerância humana para o mundo subaquático e para um ambiente isolado, confinado e extremo”.

O pesquisador teve como base um estudo na Universidade de Wisconsin que diz que as células expostas ao aumento da pressão dobraram após cinco dias de pressurização. Isso sugere que o aumento da pressão tem potencial para permitir que humanos vivam mais e previnam doenças.

Como foi a experiência 

Nos três meses e nove dias em que ficou imerso, o pesquisador realizou experimentos e medições para acompanhar como seu corpo respondia ao aumento da pressão.

Ele também usou faixas de resistência parecidas com as usadas pelos astronautas na ISS (Estação Espacial Internacional) e fez 100 flexões e abdominais por dia para evitar a atrofia muscular.

Além disso, Dituri ministrou encontros online com pelo menos cinco mil estudantes de 12 países e recebeu cerca de 60 visitantes com quem interagiu pelas janelas do seu aquário. Assista ao momento em que ele emerge da água.

Em um post no Instagram, rede social onde relatou diariamente a experiência, Dituri escreveu que a imersão o “mudou de formas importantes”. “Minha maior esperança é que tenha inspirado uma nova geração de exploradores e pesquisadores a ultrapassar todos os limites”, disse. 

Seu plano, agora, é apresentar as descobertas na Conferência Mundial de Medicina Extrema, na Escócia, em novembro. 

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