Professor dos EUA vai morar embaixo d’água por 100 dias para bater recorde

O objetivo é permanecer em um aquário a 9 m de profundidade até o final de maio. para provar que pressurização pode tratar doenças
Este homem passou 73 dias embaixo d'água e conta a experiência em vídeo
Imagem: Dr. Deep Sea/Joe Dituri/Instagram/Reprodução

Joe Dituri, um professor da Universidade do Sul da Flórida, decidiu “morar” embaixo d’água por 100 dias. Desde a última quarta-feira (1), ele está vivendo em um aquário a 9 metros de profundidade e 30 metros quadrados no hotel Jules Undersea Lodge, em Key Largo, na Flórida. 

O objetivo, segundo ele, é provar a hipótese de que viver embaixo d’água ajuda a prevenir doenças relacionadas ao envelhecimento. Mas ele também quer quebrar um recorde: se passar dos 73 dias, será a pessoa com mais dias seguidos debaixo d’água.

A atual marca pertence a dois professores do Tennessee, que ficaram na mesma instalação em 2014. 

Dituri, que está mostrando o processo no Instagram, afirma que viver em um ambiente pressurizado pode ajudar no tratamento de lesões cerebrais traumáticas. Isso se deve, segundo ele, ao aumento do fluxo sanguíneo cerebral por causa da pressão superior à atmosférica. 

“Tudo o que precisamos está neste planeta”, disse Dituri. “Temos a doença, temos a cura. Só precisamos olhar para onde nunca olhamos antes”. 

O pesquisador usa como base um estudo na Universidade de Wisconsin, que diz que as células expostas ao aumento da pressão dobraram após cinco dias de pressurização. Isso sugere que o aumento da pressão tem potencial para permitir que humanos vivam mais e previnam doenças.

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Antes de começar o teste, Dituri completou uma bateria de exames psicossociais, psicológicos e médicos, incluindo ultrassom, eletrocardiograma e testes de células-tronco. Essas avaliações serão feitas durante e após o experimento. 

Ele também testará uma ferramenta de IA (inteligência artificial) desenvolvida pela NASA, que rastreia o corpo humano em busca de doenças. Se positivo, o gadget determina se há necessidade de medicamento. 

Rotina submersa 

Dituri terá visitas frequentes, acesso à internet e poderá sair do aquário para nadar, desde que permaneça embaixo d’água. Para dar encaminhamento ao estudo, uma equipe médica vai avaliar e documentar a saúde do professor diariamente. 

Para evitar a atrofia muscular, Dituri usará faixas de resistência parecidas com as usadas pelos astronautas na ISS (Estação Espacial Internacional). Ele também fará 100 flexões e abdominais por dia.

A alimentação ficará a cargo de café coado e refeições preparadas no micro-ondas, uma vez que fornos e fogões são perigosos no ambiente subaquático. Para compensar a falta de sol, vai tomar suplementos de vitamina D. 

Para passar o tempo enquanto morar embaixo d’água, Dituri dará aulas virtuais e receberá visitantes durante as 24 horas do dia. Ao todo, o projeto custou US$ 250 mil, a maioria de doações e patrocínios. O valor equivale a quase R$ 1,3 milhão. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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