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Redes sociais reduzem autoestima das crianças sobre os próprios corpos, diz estudo 

Com alta frequência online, 3 em cada 4 crianças de até 12 anos têm baixa autoestima e conflitos com a aparência; entenda

Redes sociais reduzem autoestima das crianças sobre os próprios corpos, diz estudo

Imagem: HS You/Flickr/Reprodução

Três em cada quatro crianças de até 12 anos não gostam de seus corpos e ficam constrangidas com a própria aparência. O comportamento se repete em 8 a cada 10 jovens de 18 a 21 anos. 

Os dados estão em um relatório da organização britânica de saúde mental Stem4, ao qual o jornal The Guardian teve acesso. Segundo o levantamento, o principal motor para o complexo seria o consumo excessivo de redes sociais. 

A pesquisa entrevistou 1.024 crianças e jovens com idades entre 12 e 21 anos. Quase metade disseram que se tornaram retraídos, começaram a se exercitar excessivamente, pararam de sociabilizar ou se automutilaram porque são regularmente intimidados por sua aparência física. Outros resultados do estudo: 

Sobre o uso de redes sociais, 97% das crianças com menos de 12 anos disseram que têm suas próprias contas. Além disso, 

Mudança urgente

A psicóloga e CEO da Stem4, Nihara Krause, alertou sobre a urgência de combater as consequências das redes sociais na saúde mental dos jovens. “As descobertas desta pesquisa são profundamente preocupantes”, disse. 

“Quando os jovens usam as mídias sociais para procurar informações, eles se deparam com uma suposta realidade que é distorcida e prejudicial. Suas buscas online continuam gerando conteúdo desencadeador, o que agrava o problema”. 

A discussão sobre os efeitos das redes sociais na autoestima e saúde dos jovens ganhou força durante a pandemia. À época, o isolamento forçou o aumento da exposição de crianças e adolescentes às plataformas sociais. 

Os dados na saúde pública do Reino Unido são uma evidência de como as consequências não demoraram a aparecer. Entre abril e dezembro de 2021, a demanda por serviços de transtorno alimentar de menores aumentou em dois terços no NHS, o sistema de saúde britânico. Novos 10 mil pacientes iniciaram tratamento no período. 

Do lado de lá, eles sabem de tudo isso

Em setembro de 2021, o caso Facebook Papers ganhou repercussão na mídia depois que a denunciante Frances Haugen afirmou que os chefões da Meta têm conhecimento sobre os efeitos nocivos de suas plataformas sobre meninas e adolescentes.

Enquanto isso, a organização CCDH (Centro de Combate ao Ódio Digital, na sigla em inglês) alertou em dezembro que o algoritmo do TikTok envia conteúdo de automutilação e transtorno alimentar para adolescentes minutos depois de eles expressarem interesse nesses assuntos. 

Em resposta, o TikTok – que já soma mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo e é a rede preferida da Geração Z – disse que o estudo não reflete os hábitos dos usuários na vida real. 

“Estamos cientes de que o conteúdo de ativação é exclusivo para cada indivíduo”, disse um porta-voz. “Continuamos focados em promover um espaço seguro para todos, incluindo pessoas que optam por compartilhar suas jornadas de recuperação ou educar outras pessoas sobre esses tópicos”.

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