É possível reduzir a emissão de poluentes sem comprometer a economia de um país, diz estudo

Estudo sugere que não é preciso escolher sustentabilidade em detrimento do desenvolvimento econômico de um país necessariamente.
Crédito: Kouji Tsuru/Unsplash

Assim como a queima de combustíveis fósseis tem sido a principal fonte de energia da economia mundial, ela também é a maior responsável pela emissão de gás carbônico e outros poluentes na atmosfera. As discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento econômico são de longa data, mas um novo estudo sugere que não é preciso escolher um em detrimento do outro necessariamente. De acordo com os pesquisadores, é possível, sim, crescer a economia de um país ao mesmo tempo em que há uma redução das emissões de poluentes.

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O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi publicado na Environmental Research Letters. Além de analisar dados de satélites coletados ao longo de 18 anos sobre a quantidade de aerossóis antropogênicos na atmosfera, os cientistas também olharam estimativas feita pelo Open-Data Inventory for Anthropogenic Carbon sobre a emissão de dióxido de carbono de combustíveis fósseis para calcular os danos causados por humanos a nível continental e nacional. A partir disso, os resultados foram comparados com dados locais de cada país.

“Sabemos que a poluição do ar e o desenvolvimento econômico estão ligados, mas queremos saber o quanto e se nossas ações podem mudar isso”, disse Ruixue Lei, pesquisador de pós-doutorado no Departamento de Meteorologia e Ciências Atmosféricas, em comunicado da universidade. O resultado da pesquisa, segundo Lei, foi que “eles não são inerentemente vinculados e podem ser dissociados por meio de políticas favoráveis.”

Os dados revelaram que os países que apresentam crescimento mais acelerado são também os que demonstraram um nível mais grave de poluição. Por outro lado, países como os Estados Unidos foram capazes de crescer sua economia, mas reduzir as emissões.

“Descobrimos que a ligação entre a queima de combustível fóssil e a qualidade do ar não é o quanto você emitiu, mas o quão rápido foi o aumento anual de combustão”, disse Lei. “Talvez, nesta fase, nem todos os países consigam desvincular esses fatores, mas ainda vemos bons exemplos que nos dão esperança.”

Lei defende que assim como as ações humanas causaram o estrago, também podemos mudar esse cenário por meio de políticas favoráveis. De acordo com os pesquisadores do estudo, alguns tipos de poluentes podem estar mais associados a um sistema econômico específico do que a outro, e eles ainda podem mudar à medida que o país passa por diferentes fases de desenvolvimento.

Sha Feng, professor assistente de pesquisa em meteorologia e ciência atmosférica, explica que essa é a primeira vez que dados de satélites são utilizados para provar que “não precisamos sacrificar nosso meio ambiente e, ao mesmo tempo, ter uma economia em crescimento. Essa relação pode ser desfeita, mas os países precisarão de infraestrutura ou apoio de políticas públicas para que isso aconteça.”

“Com tecnologias mais maduras e energia renovável, as economias podem continuar crescendo sem comprometer o meio ambiente e a saúde da população”, concluem os pesquisadores em seu artigo.

[Penn State News]

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