Relatório aponta as maiores sequelas neurológicas da Covid-19

Pessoas que foram infectadas têm 80% mais chances de enfrentar sequelas neurológicas - como episódios de epilepsia e convulsões - do que aquelas que não tiveram a doença. É o que sugere um estudo feito nos EUA
Relatório aponta as maiores sequelas neurológicas da Covid-19
Imagem: Irwan iwe/Unsplash/Reprodução

Um estudo de pesquisadores da Universidade Washington e da Fundação de Pesquisa e Educação de Veteranos de St. Louis, ambas dos EUA, sugere que pessoas que tiveram Covid-19 são mais propensas a desenvolver problemas neurológicos um ano após a infecção. As conclusões foram publicadas na revista científica Nature.

Os cientistas utilizaram dados de 154 mil pessoas que testaram positivo para a doença entre março de 2020 e janeiro de 2021. Os resultados foram comparados com outras 11 milhões de pessoas que não tiveram Covid-19, sendo que metade delas teve os dados coletados antes mesmo da pandemia. 

As informações foram retiradas do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA, considerado o maior sistema integrado de saúde do país. Ainda não havia vacinas na época analisada e nem mesmo as variantes delta e ômicron estavam em circulação.

O estudo analisou tanto pacientes com sintomas leves quanto aqueles que precisaram de internação. Então, os cientistas mostraram que as pessoas que tiveram Covid-19 tinham 7% mais chances de desenvolver sequelas neurológicas. A pesquisa considerou 44 distúrbios, mas falaremos aqui apenas dos mais significativos. 

Os problemas de memória se destacam. Aqueles que foram infectados pelo Sars-CoV-2 são 77% mais propensos a experimentar episódios de esquecimento, segundo o estudo. Quadros de epilepsia e convulsões também estão no topo da lista, com as pessoas que tiveram a doença tendo uma probabilidade 80% maior de enfrentar tais problemas. 

Quem teve a Covid-19 também é 43% mais propenso a desenvolver distúrbios de saúde mental, como ansiedade ou depressão. Além disso, eles têm 35% mais chances de sentir dores de cabeça, de leves a agudas, e são 42% mais propensos a desenvolver distúrbios do movimento, como contrações musculares involuntárias e tremores.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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