Ciência

Relatório da ONU: só 15% das metas de sustentabilidade estão no caminho certo

Relatório "Unidos pela Ciência" analisa o impacto dos desastres naturais. Prejuízos com mudanças climáticas já alcançam os R$ 20 trilhões
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Entre 1970 e 2021, ocorreram cerca de 12 mil desastres meteorológicos, climáticos e hídricos no mundo. No total, eles causaram mais de dois milhões de mortes e geraram uma perda de aproximadamente US$ 4,3 trilhões (cerca de R$ 20,8 trilhões na conversão direta).

Sob influência das mudanças climáticas, esses eventos se tornam mais frequentes e mais extremos. No entanto, o mundo ainda está longe de cumprir os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) propostos para 2030. Na prática, apenas 15% deles estão no caminho certo.

As informações são do relatório “Unidos pela Ciência“, divulgado na última quinta-feira (14) por 18 agências da ONU (Organização das Nações Unidas). O levantamento analisa o impacto das mudanças climáticas nos ODS. 

O papel da ciência

De modo geral, o documento mostra de que forma a ciência pode auxiliar o cumprimento dos objetivos e, consequentemente, evitar os danos causados pelos desastres naturais. 

O relatório mostra, por exemplo, como os sistemas de alerta precoce ajudam a reduzir o impacto desses eventos, dando às pessoas a chance de se preparar. 

Neste sentido, as previsões meteorológicas também ajudam a impulsionar a produção de alimentos, o que aproxima o mundo de métodos para a erradicação da fome. 

Além disso, o levantamento também mostra como a integração das informações científicas ajudam a compreender e antecipar doenças sensíveis ao clima.

“Avanços científicos e tecnológicos inovadores, como modelagem climática de alta resolução, inteligência artificial e previsão imediata podem catalisar a transformação para alcançar os ODS”, afirmou no relatório o Secretário-Geral da ONU, António Guterres. 

Para ele, os alertas antecipados podem proteger o desenvolvimento sustentável ao mesmo tempo que salva vidas e meios de subsistência. 

Os mais atingidos

Segundo o levantamento, os países em desenvolvimento são os mais atingidos pelos desastres naturais. Mais de 90% das mortes causadas em situações extremas de clima aconteceram nestas nações.

Além disso, de maneira desproporcional ao tamanho das economias destes países, eles sofreram 60% das perdas econômicas decorrentes desse cenário.

O relatório prevê ainda que cerca de 670 milhões de pessoas possam passar fome em 2030. Isso também acontece em parte pelo aumento da frequência e intensidade dos desastres naturais.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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