Review: Honor Magic 6 Lite tem design ousado, ultrarresistência e bateria impressionante

Confira as nossas impressões sobre o smartphone intermediário da Honor
Imagem: Honor/Reprodução

Anunciado pela Honor no final do ano passado, o Magic 6 Lite foi lançado como uma alternativa mais acessível ao Magic 6 Pro — um dos líderes no quesito “câmeras” no mercado de smartphones. Embora tenha especificações inferiores ao seu irmão mais “robusto”, o dispositivo se destaca entre seus concorrentes do segmento intermediário a nível global. Isso porque ele traz visual elegante e hardware bastante competente.

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Nos últimos meses, a empresa chinesa vem traçando estratégias para entrar no mercado brasileiro, mas vem se comportando de maneira bastante cautelosa até o momento. Até agora, os produtos eletrônicos desenvolvidos pela marca ainda não estão no Brasil de forma 100% oficial.

O Magic 6 Lite, por exemplo, chegou a ter página oficial de vendas em algumas varejistas brasileiras. Contudo, segundo informações da equipe de comunicação da empresa, o produto (ao menos por enquanto) não tem nenhuma previsão de quando será disponibilizado no mercado local.

Na prática, o dispositivo poderia ter feito sucesso no Brasil, principalmente entre a parcela do público que busca por dispositivos móveis com bom custo benefício.

Construção e design

Nos últimos anos, a Honor tem ousado bastante no quesito design. Ela apresenta aparelhos que fogem um pouco do design tradicional, e com o Magic 6 Lite não é diferente. O smartphone tem um módulo de câmeras traseiro circular, que já é bem fora do comum. Embora seja disponibilizado na cor preta — uma opção bastante sóbria –, ainda pode ser encontrado em alguns mercados nas cores verde-esmeralda e laranja, que foi testada pelo Giz Brasil.

A escolha unusual não se restringe à tampa traseira, uma vez que o painel dianteiro conta com bordas curvas. Ele resgata o conceito de borda infinita popularizado no mercado de smartphones pela sul-coreana Samsung. É importante destacar que os displays com laterais curvas eram utilizados majoritariamente em aparelhos do segmento premium, o que contribui para passar uma impressão de flagship e, certamente, destaca o aparelho entre seus pares.

As laterais são de plástico e o aparelho dispõe de um acabamento dourado, que contribui para dar um ar de elegância ao dispositivo. Do lado direito, o Magic 6 Lite apresenta botões de volume e power. Enquanto que na parte inferior concentra saída de áudio, conector USB-C e slot para SIMs.

Acompanham o dispositivo na caixa um cabo USB-C, adaptador de tomada, chave extratora, manuais e uma capa protetora transparente.

Aliás, o aparelho é muito conhecido por sua ultrarresistência em 360º, o que significa que tanto a parte dianteira, quanto traseira contam resistência aprimorada contra quedas, por exemplo. Alguns analistas de produto mais “radicais” aprovaram dispositivo da Honor em testes mais exigentes, como quebra de nozes e quedas de alturas consideráveis — isso sem contar os youtubers que passaram com carros sobre o aparelho.

Tela

O display de 6,78 polegadas é um dos pontos altos do smartphone. A tela tem resolução de 1.200 x 2.652  pixels e taxa de atualização que pode variar entre 60 Hz e 120 Hz. Além de garantir imagens bonitas oferece também bastante fluidez durante as interações.

O componente ainda é capaz de emitir um brilho máximo de 1.200 nits, o que é especialmente útil quando se trata da visualização de informações em ambientes externos. O pico máximo não é exatamente o que é oferecido por smartphones da categoria flagship, mas impressiona bastante para um aparelho posicionado no segmento intermediário.

A tela cumpre muito bem seu papel e entrega cores vivas e vibrantes, além de bons níveis de contraste. Para quem costuma consumir conteúdos audiovisuais, como vídeos ou séries, por exemplo, o celular entrega uma experiência bastante satisfatória e oferece boa visibilidade até mesmo em cenas com baixa iluminação.

O display também é bastante responsivo e não apresentou problemas durante o período de testes. É importante destacar também, que além da capa protetora, o Honor Magic 6 Lite vem de fábrica com uma película que protege a tela, oferecendo assim uma camada adicional de resistência ao dispositivo.

MagicOS

O smartphone vem de fábrica equipado com a interface MagicOS 8.0 juntamente com o Android 14. O sistema desenvolvido internamente pela chinesa otimiza a experiência do usuário com algumas ferramentas exclusivas, além de recursos alimentados por inteligência artificial, que é uma das principais tendências do atual mercado de tecnologia.

O sistema tem um design bem agradável com ícones estilizados que se diferem bastante das interfaces de empresas concorrentes. O software é bastante fluido e rodou bem durante todo o período de testes. Alguns travamentos ocorreram de vez em quando com algumas animações nativas, mas, no geral, a experiência foi boa.

O dispositivo oferece sugestões de apps por IA, mas tem dois recursos interessantes que já viraram um dos símbolos do MagicOS. Uma dessas funcionalidades nativas é o “Texto mágico” que permite a seleção de textos em imagens e a realização de ações como copiar, compartilhar e pesquisar.

Já o “Portal Mágico” permite que o usuário selecione um trecho de texto em documentos editáveis, web browsers ou imagens. Feito isso, o passo seguinte é arrastar o conteúdo para uma das laterais do aparelho, onde será possível abrir o conteúdo em apps como o Google, Notas ou Facebook, por exemplo.

O Espaço Privado é, como o nome sugere, um local onde o usuário pode armazenar dados de maneira mais segura. É possível adicionar, por exemplo, aplicativos de banco, imagens ou documentos sensíveis que serão protegidos por senha ou autenticação biométrica.

Hardware

O processador é o Snapdragon 6 Gen 1, com oito núcleos de 2.2GHz. O componente foi lançado pela Qualcomm em 2022 e, por este motivo, não possui o mesmo poder de desempenho das gerações mais recentes, mas considerando o contexto e a época em que o Honor Magic 6 Lite, o chip cumpre muito bem seu papel.

O Giz Brasil testou uma versão com 8 GB de memória RAM e 256 GB de memória interna. É importante destacar o recurso RAM Booster, que utiliza até oito GB de memória interna para dobrar a capacidade da RAM virtualmente, o que, na prática, melhora a performance do aparelho em uma série de tarefas mais exigentes.

Embora esteja posicionado no segmento intermediário, o dispositivo funciona surpreendentemente bem para a execução de jogos, embora nos mais exigentes nem sempre suporte o máximo da qualidade gráfica, bem como possa sofrer um pouco em algumas sequências cinemáticas.

Ainda assim, o aparelho entrega boa performance com fluidez e responsividade. Mesmo com um processador intermediário um pouco mais antigo, o smartphone entrega uma experiência interessante.

Câmeras

Um dos maiores focos das campanhas publicitárias envolvendo o produto é o conjunto de câmeras. Ele tem como principal destaque o sensor principal de 108 MP. O sensor é bem interessante para um aparelho do segmento intermediário, e brilha sozinho ao lado de outros dois sensores quase decorativos: ultrawide de 5 MP e macro de 2 MP.

Com condições de iluminação favoráveis, as imagens são bem impressionantes, mas as capturas realizadas com os sensores secundários não são tão satisfatórias. Embora seja possível atingir resultados mais agradáveis com algumas tentativas, no geral, o sensor principal destoa bastante dos demais quando o assunto é qualidade de imagem.

O dispositivo é capaz de capturar vídeos em resolução 4K a 30 fps, mas neste quesito já não impressiona tanto. Isso porque, considerando que estamos falando de um aparelho intermediário, ele está dentro das expectativas. Ou seja, faz o essencial para satisfazer as necessidades dos usuários.

A câmera frontal, por sua vez, também tem 16 MP e também cumpre bem seu papel. O sensor para selfies não se sobressai entre seus pares do segmento intermediário, mas também não decepciona. Normalmente, câmeras frontais com desempenhos superiores são encontradas em aparelhos do segmento intermediário/premium ou premium.

Bateria

A bateria é um dos principais atrativos do modelo e com 5.800 mAh, o que deixa muitos concorrentes do segmento para trás. O dispositivo pode durar até dois dias com apenas uma recarga. Porém, a depender da frequência de uso e complexidade das tarefas executadas no aparelho, a bateria pode durar um pouco menos, o que já era de se esperar.

O fato é que, com o Magic 6 Lite, o usuário não precisará se preocupar muito com o nível de energia durante o dia. Até mesmo para quem é mais ativo em redes sociais, por exemplo, a bateria deve durar bastante, sendo necessário apenas uma recarga no final do dia.

Já os gamers vão notar que seus jogos favoritos, especialmente aqueles que demandam mais processamento, vão ocasionar maior gasto de energia. No entanto, mesmo executando “Call of Duty Mobile”, a bateria surpreendeu bastante e segurou a bronca. Para resumir, a bateria realmente não chega nem de longe a ser uma dor de cabeça.

Vale a pena?

Infelizmente, o produto não é comercializado oficialmente no mercado local, o que vai demandar que os interessados busquem meios de importar o produto do exterior. Caso estivesse no Brasil, mesmo sendo absurdamente resistente e inovador em termos de design e recursos da interface MagicOS, ele dificilmente seria um produto competitivo no mercado de smartphones, justamente por ser um aparelho mais antigo.

Esta pode ter sido a razão pela qual a Honor suspendeu seus planos de disponibilizar o smartphone no mercado local. Isso porque, como dito anteriormente, chegou a ser listado em portais de e-commerce no Brasil. Ainda não se sabe exatamente quando a chinesa entrará no mercado brasileiro. Contudo, quando isso acontecer, o Magic 6 Lite não deve ser um de seus primeiros produtos. Ao invés disso, a companhia deve investir em modelos mais recentes e que tenham maior apelo do ponto de vista comercial.

Embora não tenha componentes tão recentes, o dispositivo oferece uma experiência bem interessante para um intermediário, até surpreendente em alguns aspectos. Atualmente, é possível encontrar o smartphone por preços que podem variar entre R$ 2.300 e R$ 2.700.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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