[Review] HTC Droid Incredible é impressionante
O Droid Incredible segue a fórmula padrão dos remixes da HTC: duas medidas de coisas que já existiam — Android 2.1 com Sense, processador rápido — e uma medida de tempero fresco — a rede da Verizon, provavelmente a melhor dos EUA para dados.
Provavelmente ele é o melhor telefone Android à venda nos EUA atualmente — com a ressalva de que rodar uma interface exclusiva introduz a forte possibilidade de que este telefone fique para trás quando o Google lançar versões atualizadas do Android, como podem confirmar os donos outros telefones da HTC com versões exclusivas do Android, que estão até agora esperando pacientemente pela atualização 2.1.
PB: Não há previsão de chegada oficial dele ao Brasil, nem da venda do aparelho desbloqueado no varejo, no primeiro momento. A melhor (e única) oferta dele no eBay US$ 799. A HTC diminuiu suas operações aqui e não tem fábrica, por isso todos seus aparelhos demoram a chegar no País e são mais caros. Mas há rumores que ela comece a fabricar coisas aqui no segundo semestre. Oremos. Mas vamos ao resto da análise.
Sense & Desire
O Incredible é essencialmente o Desire, lançado só na Europa, mas em um corpo vermelho e preto, incluindo uma câmera de 8 megapixels e rodando na rede Verizon. Ele tem o mesmo combo de Android 2.1 + interface Sense — que traz alguns recursos novos em comparação com a versão antiga, como o Leap (um recurso parecido com o Exposé do Mac OS X, para ver todas as telas de desktop de uma vez e pular para uma delas) e o Friend Stream, que agrega atualizações do Twitter, Facebook e Flickr em um único lugar.
Como já falamos bastante sobre isso, eu recomendaria a leitura deste review antigo no caso de você querer saber mais sobre o software. Só tenho duas novidades a dizer sobre ele: uma é que este telefone tem o mais usável teclado virtual Android que existe, e a outra é que é tudo notavelmente rápido e suave — tipo o mais rápido que eu já vi num Android com interface Sense. É quase ridiculamente rápido, na real.
O Hardware
O Incredible pode ser o primeiro telefone a abraçar a filosofia dos mullets: ele é reto, sóbrio e sério na frente, mas todo estilizado e espalhafatoso atrás. De fato, se você retirar a camisinha da traseira (é uma camada de borracha que você pode retirar com facilidade, então é praticamente uma camisinha), você revela as entranhas vermelhas e animais do Incredible. É isso que salva o hardware de ser totalmente sem graça. Pouco mais grosso que um iPhone ou Nexus One, porém mais leve, ele aparenta ser mais vagabundo que ambos.
O rostinho do telefone é uma tela AMOLED de 800×480 com quatro botões capacitivos de toque e um joystick óptico. O display parece ser o mesmo do Nexus One, um sucesso super saturado, que, aliás, apresenta alguns problemas com reprodução de cor. Ao ser submetido aos mesmos padrões de teste, o Incredible demonstrou os mesmos probleminhas que o Nexus One tem com isso. Mas só os mais nerds entre os nerds se incomodarão. Mesmo sem produzir as cores mais tecnicamente precisas, trata-se de uma tela muito bonita e agradável.
Quanto à porta esquisita na lateral, NÃO SE DESESPERE. Não é nenhum formato proprietário, é apenas uma porta micro USB meio estranha. O joystick óptico funciona, apesar de ser estranho no início. Ele se prova útil principalmente para navegar entre textos, já que o Android ainda é uma droga com edição de texto. A duração da bateria é bacana, mas isso é uma característica de todos os Android. A rede 3G da Verizon funciona — e é rápida — em Nova York, onde testamos, o que é mais do que se pode dizer sobre a AT&T.
A câmera ganha sua própria seção
A câmera é uma das poucas características realmente únicas do Incredible. É uma nova câmera de 8 megapixels com flash LED duplo, contra a de 5 megapixels que a HTC tem usado nos seus telefones. As fotos e vídeos que ela faz são decentes, não incríveis, como você pode ver abaixo. (Amostras de fotos em full-size aqui.)
Duas coisas a tornam uma câmera excelente de se usar. Primeiro, ela é rápida. Da tela inicial até tirar uma foto são cerca de 2 segundos. E isso inclui autofoco, que é com toque. O software é bem responsivo, também. Infelizmente não há um botão dedicado para a câmera.
Em segundo, os controles são bem abrangentes. Você pode ajustar brilho, contraste, saturação, até especificar manualmente a ISO (de 100 a 1250). Também há uma variedade de efeitos de imagem, como sépia, preto-e-branco e negativo, poupando a necessidade de usar um aplicativo separado no seu Android para aplicar estes efeitos, caso você os queira.
Veredicto
A matemática é relativamente simples: se você mora nos EUA e é usuário da Verizon, quer um smartphone e não está preso a um BlackBerry, o Incredible é basicamente aquele que você deveria comprar. Com o futuro cada vez mais incerto da Palm é difícil recomendar o Pre, mesmo que o seu software seja geralmente mais usável que o Android. E o único recurso exclusivo do Droid/Milestone, o seu teclado físico, não é nem tão bom quanto o teclado virtual do Incredible. O Nexus One da Verizon está chegando, mas as únicas razões por que ele poderia ser considerado superior — ele parece ser melhor construído e mais caro, além da promessa de updates constantes do Google — são diminuídas pelo fato do Incredible estar disponível agora. Sem contar que a interface Sense da HTC dá mesmo um belo tapa nos cantinhos mais feios do Android.
Chamar esse telefone de Incredible ("incrível") é um pouco hiperbólico, mas ele é bem impressionante.
É rápido
A interface Sense deixa o Android um pouco mais usável e conectado
Interface e controles da câmera são ótimos, mas as fotos de vídeos têm qualidade mediana
Parece um pouco com um brinquedo barato
Os pontos em que o Android e a interface Sense se sobrepõem são confusos e estranhos
[Verizon]