Rumores de um iPhone menor e mais barato rondaram por anos antes que a Apple realmente anunciasse o iPhone SE de 2ª geração por US$ 400, então é provável que a empresa vinha planejando lançar um sucessor há bastante tempo. Mas o iPhone SE é um dispositivo atual que, se eu não soubesse desse plano de fundo, pensaria que a Apple apressou seu lançamento.
O iPhone SE parece um iPhone 8, incluindo a pequena tela de 4,7 polegadas, molduras gigantes (que não são nada atuais) e um botão home com Touch ID. Mas por dentro está o processador A13 Bionic da Apple, retirado diretamente da linha do iPhone 11, o que torna tudo mais rápido e inteligente. Até as câmeras, que são as mesmas usadas no iPhone 8, recebem um upgrade devido ao processador.
Não considero este novo iPhone um verdadeiro sucessor do SE original, porque não é um telefone realmente minúsculo. Esses dias acabaram e não voltarão atrás. Mas o SE de 2ª geração é melhor do que eu previa e o melhor iPhone para a maioria das pessoas neste momento.
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No Brasil, o modelo custa R$ 3.699, um preço salgado mas que está na linha com os preços praticados pela Apple. É preciso levar em consideração também alta do dólar, que inflacionou o mercado encarecendo todas os segmentos de smartphones. Considere que a análise leva em conta, principalmente, o ecossistema da Apple e preços gringos. Para quem não quer sair da Apple, é o modelo mais barato disponível. No campo dos Androids, os modelos que poderiam ser considerados equivalentes nessa faixa de preço foram lançados no ano passado ou ficam entre R$ 2.500 a R$ 4.000 (na desvalorização em relação ao lançamento).
O que é?
O iPhone mais barato, menor e mais novo da ApplePreço
US$ 400 (R$ 3.699 no Brasil)Gostei
O tamanho menor facilita o uso com uma mão; desempenho poderoso; TouchID ainda é útil; fotos boas; um pouco mais acessível.Não gostei
Difícil de se acostumar com a tela menor se você estiver vindo de um telefone maior; a duração da bateria poderia ser melhor.
As coisas estão estranhas no momento. Quando recebi uma unidade de análise do iPhone SE, percebi que não podia testar suas câmeras como faria normalmente – noites entre amigos com pouca luz, dias de praia lotada ou caminhadas com direto a fotos panorâmicas em Los Angeles não seriam possíveis.
Eu tive que tirar as fotos em meu apartamento, na minha varanda e na rua em frente ao meu prédio (com uma máscara, enquanto permanecia a um metro e meio de distância dos outros). Não esperava ficar impressionada com as fotos do SE. Afinal, o iPhone mais recente está usando a lente de câmera traseira de 12 megapixels do iPhone 8 que foi lançado há 3 anos. Além disso, o sensor frontal tem 7 megapixels, como apontou a desmontagem do iFixit.
Mas esse processador A13 Bionic é meio mágico. O processador de sinal de imagem e a Neural Engine, combinados com o iOS 13, são suficientes para superar muitos dos déficits de hardware (sensores diferentes, nenhuma lente teleobjetiva ou lentes traseiras grande angular e nenhuma lente de profundidade na frente) para criar imagens muitas vezes comparáveis ao que você vê no iPhone 11 Pro Max – que, por US$ 700 a mais que o SE, é o iPhone mais caro da Apple.
Comparei o SE ao Max (o único modelo que tenho em mãos devido à quarentena) e fui agradavelmente surpreendida, principalmente com as imagens no modo retrato do telefone mais barato. O HDR inteligente também torna as fotos em contraluz mais detalhadas.
Mas o SE carece de um Modo Noturno dedicado ou do recurso Deep Fusion que aparecem no Pro, e com pouca luz, cor e detalhes são perdidos. O zoom digital de 5x do SE fica aquém do zoom óptico 2x do 11 Pro Max e do digital que chega a 10x.
Como você pode ver nas fotos abaixo, o SE é muito bom na maioria das cenas, principalmente por seu preço mais em conta, mas se você quiser uma câmera incrível para fotos noturnas e teleobjetivas, precisará gastar mais. Muito mais.
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O fato de o SE poder se manter contra o 11 Pro Max em uma variedade de cenários é impressionante. Quando você olha para a faixa de US$ 400 em smartphones, poucas fotos de celulares mais baratos rivalizam com as de um topo de linha. De fato, o único em que consigo pensar é o Pixel 3a do Google, que também é um ótimo celular um pouco mais barato, mas não sei quantas pessoas ainda estão tentando decidir entre iPhone e Android.
Como o mundo está hoje em dia, eu percebi que o Touch ID, que antes parecia desatualizado, é incrivelmente útil, principalmente agora que o Face ID não funciona quando estou usando uma máscara.
O Touch ID é mais rápido do que eu me lembrava, mas não o uso desde que passei de um iPhone 7 Plus para um iPhone XS. Gostei de poder usar meu celular em um mercado ou na minha loja do bairro para usar o Apple Pay sem precisar digitar a senha para autenticar a transação. Vou apreciar isso quando não precisar mais cobrir meu rosto em público? Talvez não.
O que eu realmente queria era um iPhone de 4,7 polegadas que fosse quase totalmente tela, sem bordas, com um sensor de impressão digital debaixo tela como método de desbloqueio e câmeras extremamente boas – um iPhone 12 Pro Mini, se você preferir. E, idealmente, eu teria tudo isso por US$ 400. Evidentemente, isso não vai acontecer.
Depois de alguns dias, as bordas grossas do SE não me incomodaram muito. Mas o tamanho da tela do SE parecia apertada para mim, mesmo depois de uma semana. Eu queria a tela expansiva com a qual me acostumei no XS e no 11 Pro. Se você estiver saindo de um iPhone 8 (ou de um telefone antigo, como os 6s ou 7), o tamanho da tela não o incomodará.
E por US$ 400, você realmente tem a disposição uma tonelada de recursos que fazem as bordas largas valerem a troca. Quando se trata de desempenho, o SE parecia tão rápido quanto o meu telefone usual, o iPhone XS, que possui um chip A12 Bionic de 2018. O A13 Bionic do SE possibilita as ótimas fotos que você viu acima, mas também alguns aplicativos de realidade aumentada bem maneiros e jogos ultra suaves.
O design de vidro do SE também permite o carregamento sem fio, o que é raro em um celular abaixo de US $ 500. (Você não consegue isso no Pixel 3a). Curiosamente, a duração da bateria do SE durou um dia inteiro, geralmente por 16 horas (e mais algumas) na minha semana de testes.
Eu assisti a vídeos do YouTube, enviei mensagens no Slack, ouvi música enquanto trabalhava e usei o Instagram mais do que uma pessoa saudável provavelmente deveria – ei, quarentena não é fácil. Em nosso teste de reprodução de vídeo, o iPhone SE aguentou um pouco mais de 9 horas, o que está alinhado com o iPhone 8. Se você precisa de um iPhone com mais autonomia, os modelos Pro são uma escolha mais certeira.
O iPhone 11 de US$ 700, também é uma alternativa sólida, embora mais cara, e durou 12 horas em nossos testes. Então, por US$ 300 a mais, você consegue uma vida útil da bateria melhor, uma tela maior, lentes duplas em vez do sistema de lentes triplas nos modelos Pro, mas também o modo noturno e o Deep Fusion para fotos com qualidade mais profissional. O problema, além de custar US$ 300 a mais, é que a tela de 6,1 polegadas é enorme, e isso fará uma enorme diferença para muitas pessoas.
Eu escolheria o iPhone SE entre o 11, o 11 Pro ou o iPhone de US$ 1.000 que sairá neste ano? Não, mas isso se deve mais às demandas do meu trabalho do que às falhas do SE. Seu preço e recursos são perfeitamente projetados para esse período de incerteza, quando as pessoas se concentram mais na saúde e em manter seus empregos e casas do que exibir seus celulares de ponta.
Viver sem um smartphone é basicamente inegociável no ano do nosso senhor de 2020, portanto, se você precisar de um novo dispositivo e estiver procurando algo muito bom por um preço um pouco menor para se manter no ecossistema da Apple, o iPhone SE é o smartphone certo.