[Review] LG G7 ThinQ: um smartphone para audiófilos e que tem deficiências graves

Em seu mais novo telefone topo de linha, o G7 ThinQ, a LG gastou muito tempo aprimorando e melhorando o G7 com pequenos e bons recursos, mas o que acaba transparecendo é que parece que a LG perdeu a ideia do todo. Tela com notch e câmeras com reconhecimento de objetos usando inteligência artificial podem […]

Em seu mais novo telefone topo de linha, o G7 ThinQ, a LG gastou muito tempo aprimorando e melhorando o G7 com pequenos e bons recursos, mas o que acaba transparecendo é que parece que a LG perdeu a ideia do todo.

Tela com notch e câmeras com reconhecimento de objetos usando inteligência artificial podem ser divertidos, mas, no fim das contas, não são ideias geniais. É triste, pois, após passar um tempo com o G7, o smartphone ganhou minha simpatia. Mas, ao mesmo tempo, o G7 ainda conta com uma série de falhas, e até a LG reconhecer sua crise de identidade que fez os últimos aparelhos da série G (G5 e G6) afundarem, seus smartphones não terão o tipo de impacto que eles poderiam e deveriam ter.

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Vamos começar com a marca ThinQ. Ela está presente para transmitir a ideia de coerência entre os produtos premium da LG, de lavadores de prato, passando por aparelhos de ar condicionado e smartphones com uma assistente de inteligência artificial. Mas, baseado em minha experiência com o aparelho, o único assistente que o G7 tem é o que é feito pelo Google, então não tenho certeza do que essa inteligência, de fato, faz.

Em vez disso, a LG decidiu aprimorar o Google Assistente ao usar um botão dedicado no lado esquerdo, que, tristemente, não pode ser reprogramado para outros usos, embora possa ser desativado. A LG também incluiu uma série de comandos únicos e úteis do Google Assistente para o G7, que pode ser usado para dizer coisas como “ei, Google, abra a AI Cam”.

Antes de fazer isso, talvez você queira reconsiderar o uso do conjunto de câmeras traseiras de 16 megapixels da unidade do G7 testada por mim. A conclusão é que colocar o recurso de inteligência artificial em ação não é sempre uma boa ideia. Às vezes, quando ia tirar foto durante o dia em San Francisco, a câmera IA desempenhava um bom trabalho ao detectar a cena e ajustar as configurações para criar uma imagem melhor. Comparado com o modo automático, a câmera IA mostrava um melhor balanço de branco, cores mais saturadas e um belo céu azul.

Em cenas noturnas, o modo de inteligência artificial da câmera não funciona muito bem. Imagem: Sam Rutherford/Gizmodo

No entanto, ao tirar uma foto à noite na igreja de Nob Hill, em San Francisco, a câmera IA captava imagens borradas com tons alaranjados e uma falta geral de detalhes. E essa não foi a única anomalia, pois, em outras imagens com pouca luz, a câmera IA do G7 continuou a produzir resultados insatisfatórios.

Na parte traseira, tem duas câmeras de 16 megapixels. A principal tem abertura de f/ 1.6, enquanto a grande angular tem abertura de f/1.9. Imagem: Sam Rutherford/Gizmodo

A câmera IA do G7 não é o único truque de foto do smartphone. Ele também conta com uma tecnologia de junção de pixels, que agrupa quatro pixels no sensor da câmera e os combina para transformá-los em um pixel gigante, dando ao G7 maior sensibilidade em imagens com pouca luz. Pode parecer complicado, mas é algo que uma série de empresas já tentou utilizar desde o HTC One M7, lançado em 2013. Infelizmente, todos esses truques não resultam em imagens melhores. Ao comparar imagens de pouca luz entre o G7 e o Galaxy S9+, os sensores da Samsung levaram a melhor.

A foto do S9+ foi cortada para chegar aos 4 megapixels para ficar na mesma resolução obtida ao usar o recurso de compressão de pixel do G7. Nota do editor: a imagem do G7 ficou melhor, mas, ao ver a foto em tamanho maior, é possível concordar com quem escreveu o review de que a imagem do S9 conta com maiores detalhes Imagem: Sam Rutherford/Gizmodo

Na imagem com pouca luz acima, de um prato com atum, uma resolução superior e um nível de detalhamento maior do S9+ superam a imagem que tirei com o G7. Na imagem tirada pelo LG, o monte de wasabi e o enfeite quase não tem textura, e poucos itens da foto estão realmente nítidos. A única vantagem real do G7 é que tem um balanço de branco melhor, que é algo facilmente corrigível com um pouco de edição.

Quanto aos outros truques do G7, a tela LCD de 6,1 polegadas impressiona por entregar um brilho de 1000 nits (medida de luminescência). E essa marca não fica restrita a pequenas seções de branco em uma tela escura, pois também fiz medições com a tela totalmente clara. De fato, com o brilho no talo, a tela passou dos 1017 nits — a tela da LG é 400 nits mais brilhante que os 600 nits do S9+.

Infelizmente, a única forma como consegui fazer o G7 emitir tamanha luz foi colocando uma forte lanterna diretamente no sensor de luz ambiente da parte frontal do smartphone. Em condições típicas em ambientes abertos, percebi que o G7 frequentemente hesita em liberar todo esse brilho, e a tela do G7, em alguns momentos, era mais difícil de ser visualizada sob a luz do sol que a do Galaxy S9+.

O usuário pode configurar a tela para excluir o notch. Imagem: Sam Rutherford/Gizmodo

Aqui temos também o notch (entalhe) da tela, que a LG chama de “segunda tela”, como se isso fosse uma homenagem aos modelos LG V10 e LG V20. Pô, LG, vamos ser honestos e chamar isso pelo nome apropriado. Pelo menos, devo dizer que gostei das opções para esconder ou mascarar o “corte” na tela, caso você se sinta incomodado.

No entanto, a decisão mais esquisita da LG no dispositivo foi reduzir a capacidade de bateria de 3.500 mAh, presente no G6, para apenas 3.000 mAh no G7. Isso significa que, em vez de ter uma bateria com duas horas a mais que seu antecessor, a longevidade do G7 foi aumentada em apenas 45 minutos comparado ao G6, uma diferença ocorrida pelo sistema de eficiência de energia do processador Snapdragon 845.

Então, no fim das contas, o G7 atingiu a autonomia de 8 horas e 54 minutos, o que era algo bem bom há dois anos. Porém, com smartphones como Pixel 2 XL (com 11 horas e 17 minutos), Huawei P20 Pro (11 horas e 36 minutos) e Galaxy S9+ (12 horas e 27 minutos), todos com 11 horas ou mais, ter um resultado abaixo de 9 horas não é nada atrativo.

O que é pior que isso é a troca feita para ter uma bateria menor. No caso, a LG usou o espaço extra para criar uma cavidade dentro do smartphone para alto-falantes melhores. E, olha, quer saber? A LG mandou bem nisso, pois o G7 é alto pra caramba. Quando você coloca no volume máximo, você consegue sentir toda a parte traseira do smartphone vibrando graças a uma cavidade que ajuda na amplificação. Mas novamente, tem um ponto negativo aí, pois o G7 não tem alto-falantes estéreo como outros aparelhos topo de linha. Então, de modo geral, a qualidade é só boa, não ótima. O que salva a parte de áudio do G7 é seu sistema embutido de DAC 32-Bit de alta fidelidade e um novo headphone com tecnologia DTS que fornece efeitos de som surround virtuais. Logo, o melhor do áudio do G7 está justamente em plugar um fone nele. Atenção, audiófilos, esse pode ser o seu smartphone.

O G7 é um smartphone intrigante. A LG gastou um bom tempo para tentar deixá-lo mais esperto, mas parece que acabou esquecendo de deficiências importantes em outras áreas. O aparelho é bem construído, e o vidro traseiro da versão azul marroquino é impressionante na luz certa. No entanto, a câmera com inteligência artificial é instável, sua bateria é menor do que deveria ser e sua “segunda tela” é, na verdade, um notch (entalhe).

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Embora nada disso possa realmente importar, pois todos esses prós e contras dependem do preço. Atualmente, nem a LG nem operadoras dos EUA anunciaram o custo do G7. Se for algo perto dos US$ 720 (o valor do Galaxy S9 nos EUA), a vida do G7 não será nada fácil. Mas se for algo em torno de US$ 650 (ou menos que isso), então talvez o G7 consiga sobreviver com suas falhas, como um telefone esperto, mas que tem algo melhor preso dentro dele.

Direto ao ponto

No que diz respeito a assistentes, o botão do Google Assistente no G7 é um dos que menos incomodam. Mas, infelizmente, não dá para reconfigurá-lo para ter outra função.

A tela tem, de fato, 1000 nits, mas poucas vezes alcança o brilho prometido.

Embora a autonomia de bateria tenha aumentado comparada com o G6 (que tinha 8 horas e 54 minutos), a bateria do G7 é 500 mAh menor que a de seu antecessor, o que é uma tristeza.

O G7 é o melhor smartphone para audiófilos que usam fones de ouvido com fio.

O recurso de câmera com inteligência artificial é instável, sobretudo em condições com pouca luz.

Especificações do LG G7 ThinQ

Sistema: Android 8 Oreo
Processador: 
Qualcomm Snapdragon 845
4GB de RAM
64GB de armazenamento expansível com cartão de memória
6,1 polegadas LCD QHD+
Duas câmeras traseiras de 16 megapixels e uma frontal de 8 megapixels
Resistência à água IP68
Sistema de áudio de alta fidelidade DAC 32-bit
DTS-X headphone
Porta USB 3.1 tipo C
Bateria de 3.000 mAh
Dimensões: 15,3 cm x 7,1 cm x 0,78 cm (A x L x P)
Peso: 162 gramas
Disponível em quatro cores (cinza, azul, framboesa e preto)
Preço: a ser definido

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