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[Review] Nokia Lumia 625: um bom Windows Phone com tela grande e preço acessível

Ao contrário do que o nome poderia sugerir, o Lumia 625 não é uma variação do Lumia 620. Ele é um smartphone com 4G e tela de 4,7 polegadas, que chega com preço sugerido de R$ 1.049 para ser a opção da Nokia ao público que não quer gastar muito num aparelho topo de linha […]

Ao contrário do que o nome poderia sugerir, o Lumia 625 não é uma variação do Lumia 620. Ele é um smartphone com 4G e tela de 4,7 polegadas, que chega com preço sugerido de R$ 1.049 para ser a opção da Nokia ao público que não quer gastar muito num aparelho topo de linha mas quer começar agora a usar a nova rede.

O aparelho foi lançado hoje no Brasil, mas nós do Gizmodo Brasil estamos com um desde semana passada. Testamos e fizemos um review contando o que nós achamos dele.

Vídeo

Design e tela

O Lumia 625 tem a cara padrão dos últimos aparelho da Nokia: parte da frente com bordas pretas e traseira colorida. A tampa traseira é removível, mas exige um pouco de esforço: não há um ponto específico destinado para apertar ou puxar, então você tem que virar o aparelho de cabeça para baixo e puxar a parte colorida para fora enquanto força o polegar. A parte colorida do smartphone sai por inteiro, incluindo botões físicos.

Mesmo sem tampa, não é possível trocar a bateria: todo esse esforço é apenas para acessar os slots dos cartões microSD, para caso você precise de mais memória que os 8GB de armazenamento interno, e microSIM. Um último comentário sobre a tampa: ela é consideravelmente mais fina que a do 620 e parece ser mais frágil.

A tela de 4,7 polegadas é a maior entre os Lumia lançados até hoje, superando até os aparelhos de topo de linha, como o 920 e o 1020. Mas, ao contrário do que o tamanho poderia sugerir, o Lumia 625 não é um gigante. Não sou grande fã de telas grandes e estranhei um bocado as dimensões do Lumia 720, mas a experiência com o 625 foi muito boa e superou minhas expectativas.

O tamanho do aparelho permite que você o segure de forma confortável e meu polegar conseguia cobrir uma parte considerável da tela, o que garantia boa usabilidade — só era preciso um ou outro esforço maior na hora de apertar os botões táteis ou mexer em alguma configuração do app, ou seja, alcançar a parte de baixo da frente. Um ponto fraco é a posição da lente da câmera: ela fica muito embaixo. Por diversas vezes, ativei a câmera, apontei para algum lugar e… lá estava meu dedo cobrindo uma parte da lente e estragando o clique perfeito.

O tamanho maior traz consigo algumas vantagens também: fica muito mais fácil digitar, principalmente com o telefone na vertical. Eu costumo segurar o telefone com as duas mãos quando tenho que escrever alguma coisa, e o Lumia 625 oferece mais espaço para fazer isso de maneira mais confortável e, como era de se esperar, mais precisa. Além disso, a tela tem sensibilidade alta, o que permite que você a utilize usando luvas — e eu aprendi em julho passado que sim, às vezes você vai precisar usar luvas, mesmo no Brasil.

As 4,7 polegadas da tela também trazem suas próprias vantagens: a navegação pelas Live Tiles fica mais fácil, assim como a leitura de textos, seja no (ótimo) app do Kindle ou no navegador. No entanto, o aumento no tamanho da tela não foi acompanhado pela resolução: são os mesmos 800×480 pixels do 620 e do 720.

Além dos problemas de uma densidade de pixels mais baixa (800×480 pixels; 201ppi) — falta de definição ao ampliar imagens, pequenos serrilhados nas bordas dos ícones, entre outros –, fica a impressão de que há espaço mal utilizado e que interfaces poderiam ser otimizadas, caso houvesse uma resolução melhor. O app do Twitter, por exemplo, usa um espaço enorme para só quatro ícones, e as fontes parecem grandes demais nas listas de opções.

Além disso, o preto da tela IPS LCD não é tão escuro assim e as cores parecem levemente azuladas. A visibilidade no sol não é das melhores e o brilho automático parece demorar para se ajustar às mudanças de ambiente. Por outro lado, a recente atualização Amber liberada pela Nokia para seus aparelhos – e que já vem embarcada no Lumia 625 – traz a opção de ajuste na temperatura e saturação de cor, o que é sempre interessante e dispensa a instalação de um app próprio para isso.

Desempenho e bateria

A experiência do usuário no Lumia 625 é muito parecida com a dos outros Windows Phone que eu já usei (a saber, Lumia 620 e Lumia 720). O processador Snapdragon S4 dual-core com 1,2 GHz de clock e os 512MB de memória RAM são suficientes para que não haja quase nenhum travamento e garantem fluidez entre telas e uma demora mínima para alternar entre aplicativos. A maior lentidão que eu encontrei foi para abrir o Nokia Xpress: foram entre dois e três segundos na tela de abertura. No mais, você não terá grandes dores de cabeça com lags, falta de resposta a toque, travamentos completos. Joguei um pouco o Six-Guns e alguns pequenos travamentos são comuns nos vídeos entre fases, mas nada que prejudique a jogabilidade.

A bateria (não-removível) com capacidade de 2.000 mAh dura bastante. Com o smartphone sempre conectado ao 3G ou Wi-Fi e com redes sociais e e-mail sendo sincronizados, ela leva mais de 24 horas para descarregar completamente. Ou seja, você só precisará se preocupar com ela ao chegar em casa. Ainda não pudemos testá-la com o 4G, mas os resultados até agora foram animadores e devem garantir que você não ficará incomunicável.

Windows Phone e apps

O Windows Phone 8 no Lumia 625 não apresenta diferenças significativas em relação ao encontrado em outros aparelhos Nokia. Ele vem com todos os bônus e ônus: de positivo, temos as belas live tiles, design flat amigável, fluidez e baixo consumo de bateria. Mas o atraso nas atualizações das live tiles, falta de uma central de notificações e multitarefa confusa também estão presentes aqui.

O sistema certamente tem boas sacadas: já elogiei bastante o conceito das live tiles em outros reviews e o dock de controle de música, que aparece ao apertar o botão de volume, é bem mais prático e organizado que a solução do Android de deixar os controles como uma notificação qualquer.

À medida que o tempo passa, você se acostuma com alguns problemas do sistema e passa a evitá-los: eu prefiro desativar as toast notifications — aquelas que aparecem no topo da tela assim que alguma coisa acontece — dos aplicativos que tinham essa opção, já que elas sempre vão aparecer num momento inconveniente (ah, a Lei de Murphy…) e desaparecer sem deixar rastros. Além disso, voltar à tela inicial é geralmente mais prático do que procurar o aplicativo nas tarefas recentes (e correr o risco de não encontrá-lo ali), segurando o botão de voltar.

Os desenvolvedores, aos poucos, vão aprendendo a usar esses recursos: o Facebook Beta já oferece a opção de desativar as toast notifications e deixar apenas os contadores na live tiles, coisa que o Twitter ainda desconhece — nele, você ativa ou desativa as notificações de modo geral, sem poder especificar qual tipo você prefere. No entanto, a execução ainda fica devendo: o Facebook Beta insistia em me avisar de uma mensagem mesmo horas depois de eu ter visualizado o recado no aplicativo. A baixa frequência de atualização também é um problema: o Battery exibe uma tile que mostra a porcentagem da bateria, porém muitas vezes ela traz dados desatualizados.

Com relação à oferta de apps, ela vem melhorando aos poucos. Quase todos os grandes estão aqui: Facebook, Twitter, Evernote, Kindle, Netflix e WhatsApp ficam bem próximos de suas versões de Android ou iOS. Serviços que não chegaram oficialmente à plataforma, como Pocket, Dropbox e Instagram, por exemplo, estão bem servidos de clientes não-oficiais, como MetroPaper, FileBox e 6tag, respectivamente. Além disso, a Nokia oferece bons aplicativos, como o Here Maps, App Social e Smart Cam.

A grande lacuna fica por parte dos serviços do Google: se você depende deles, poderá ter problemas. O cliente de Gmail do Windows Phone deixa muito a desejar, o app padrão de calendário só sincroniza com sua agenda default do Google Calendar, e é sofrido encontrar algum bom app para os serviços restantes.

Por outro lado, o Windows Phone tem bons jogos em sua loja, como o gratuito e já mencionado Six-Guns, além de Assassin’s Creed, Need For Speed: Hot Pursuit e muitos outros. No entanto, como o Lumia 625 tem apenas 512MB de RAM, alguns jogos não estão disponíveis, como o FIFA 13 – eles exigem 1 GB. Mas são exceções: ele tem RAM suficiente para um bom desempenho de sistema e aplicativos.

Câmera

Com boa iluminação, como num dia ensolarado, boas fotos: cores fiéis às originais, sem ficarem saturadas ou apagadas. Além disso, ela consegue aproveitar bem a luz e pegar detalhes de áreas mais escuras e sombreadas.

No entanto, o sensor de apenas 5MP não é muito bom em captar detalhes, como seria de se esperar. À noite, a câmera consegue captar imagens razoáveis: as imagens são claras mesmo sem flash — às vezes, mais claras até que a cena real –, mas um pouco borradas e desfocadas.

Vale a pena?

O Lumia 625 é um bom smartphone, nada além disso. O desempenho é bom, o sistema roda perfeitamente, a oferta de apps não é mais o problema enorme que costumava ser e a bateria garante um dia sem sustos. Ele tem seus problemas: a tela tem baixa resolução, a câmera não é ótima e o aparelho poderia vir com 1 GB de RAM em vez de 512 MB, o que permitiria rodar todos os apps do Marketplace (fica aqui registrada minha decepção por não poder testar o FIFA 13) — mas é o preço que se paga para ter um smartphone pronto para o 4G hoje sem gastar muito.

Ele chega hoje ao Brasil com preço sugerido de R$ 1.049, desbloqueado. Mas, sejamos sinceros, não faz sentido comprá-lo desbloqueado: o grande ponto aqui é o 4G e, contratando um plano, você pode conseguir um bom desconto nele. Nessa mesma faixa de preço, você tem a opção do Samsung Galaxy Express, de dimensões e especificações semelhantes e também com capacidade de usar 4G.

Com o Lumia 625, você não tem um aparelho brilhante, e sim um smartphone que faz muito bem o que se espera de um modelo intermediário, com um sistema que roda sem problemas e garante o acesso a uma rede mais rápida.

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