[Review] TV 4K LG 50UN8000: resolução e som alto que resultam em bom custo-benefício

Aparelho de entrada traz boa oferta de conexões, brilho excessivo e um som bem alto. Mas problemas de backlight atrapalham a experiência.
TV 4K LG 50UN8000 Review. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)
Imagens: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

As TVs 4K estão no mercado há alguns anos, mas só agora podemos dizer que elas estão chegando a modelos mais acessíveis — ainda caros, isso é fato, porém um pouco menos caros. Nesse segmento, uma das apostas mais recentes da LG é a 50UN8000, lançada no final de 2020 pelo preço médio de R$ 2.500 na versão de 50 polegadas, mas que já caiu se você fizer uma busca rápida em qualquer varejista online.

A 50UN8000 traz o controle remoto Smart Magic, o ótimo sistema operacional webOS, processador adequado para a proposta do aparelho e um número considerável de portas na parte traseira. O design pode não ser tão refinado quanto nas linhas NanoCell e OLED, mas nem por isso o dispositivo deixa de ser atraente para quem está de olho em uma TV mais parruda.

Desde dezembro tenho usado a 50UN8000 como meu televisor principal, e neste review eu te conto o que gostei e o que acredito poder melhorar em futuras versões do produto.

LG 50UN8000

O que é
Uma TV de entrada com resolução 4K e preço menos caro que os principais modelos da categoria

Preço
Sugerido: R$ 2.500. No varejo: entre R$ 2.200 e R$ 2.400

Gostei
Bordas ultrafinas para um modelo de entrada; boa oferta de conexões na parte traseira; controle remoto inteligente; excelente sistema operacional webOS; o som é bastante alto

Não gostei
Imagem pode apresentar backlight; cores nem tão vivas e sem muito contraste; controle tem botões em excesso; sem organizador de cabo

Design

Embora seja um modelo 4K de entrada, a 50UN8000 tem um acabamento bonito e que simula o design das TVs mais caras da LG. O produto é inteiro construído em plástico, mas as bordas e pés possuem um efeito de aço escovado que contribuem para essa sensação de elegância. Falando nas bordas, elas são bem finas, e os dois suportes em V usados nas duas extremidades do aparelho garantem firmeza para deixá-lo estável o tempo inteiro.

Na parte traseira ficam as conexões. E a vantagem é que são muitas, o que traz um diferencial à 50UN8000 em comparação com outros televisores da categoria, como é o caso da TU8000 da Samsung. Ao todo, são quatro portas HDMI 2.0 e duas USB, além da entrada para antena, cabo ethernet e saída de áudio óptica, que ficam localizadas na lateral esquerda. Neste modelo de 50 polegadas, não há HDMI 2.1 – isso ficou para as duas versões maiores, de 82 e 86 polegadas. Já nas conexões sem fio temos suporte para Wi-Fi e Bluetooth.

De perfil, a TV tem um corpo menos sobressalente e que deve caber mesmo em espaços mais compactos. O que eu senti falta foi de um compartimento para prender os fios, uma característica presente na maioria das linhas mais caras da LG. Como aqui em casa a TV ficou fixa em um móvel, eles até que ficaram escondidos. Se você for deixar na parede, é provável que precise de um organizador de cabos.

Imagem

A 50UN8000 tem um painel LCD do tipo LED que não desaponta quando levamos em consideração se tratar de um dispositivo de entrada. E aí entra uma questão importante: mesmo prometendo imagens em 4K, o resultado final fica muito abaixo do esperado, principalmente se formos comparar com linhas mais caras da LG, como a NanoCell e OLED.

A primeira coisa a se notar é o preto, que parece ter sido lavado e não entrega a cor em seu maior contraste. Inclusive, não reparei nenhuma profundidade do preto ao assistir conteúdos mais escuros, e em alguns momentos eu percebi que determinados pontos escuros da tela apresentavam uma backlight inconstante, que ia e voltava conforme alternava entre cores mais quentes e frias. Essa uniformidade também se expande a outras cores que, embora não apresentem o mesmo problema do tom preto, ficam ali dentro do esperado.

Em segundo lugar, a 50UN8000 tem um brilho que, para mim, ficou excessivo demais, mesmo eu mexendo manualmente nas configurações do Painel de Controle. E mesmo os modos pré-configurados do televisor não ajudam a consertar essa questão — eu sempre deixei no modo “Vivo”, pois foi o único que conseguiu balancear o brilho com o contraste. Ainda assim, eu achei que o brilho ficou superior a modelos da concorrência, como as TVs da linha Crystal UHD da Samsung, o que pode ser um diferencial se você costuma pender para uma marca específica.

No geral, tirando essa questão do preto e do backlight, não vi nada muito negativo na qualidade de imagem para um modelo de entrada. Testei o aparelho jogando no PlayStation 5 e só de ter suporte a 60Hz e HDR10 já foi um grande avanço.

Som

Minha TV de uso pessoal é uma LG da linha CX OLED, lançada em 2020. E apesar de a 50UN8000 não ter a mesma potência ou cristalinidade de som, o que me agradou foi que a fabricante incluiu recursos de software para aprimorar a qualidade sonora, que fica na média para uma televisão 4K mais básica. Os alto-falantes possuem 20 watts e o volume é bem alto, o que é algo muito positivo para uma TV de entrada.

Do mesmo jeito que na imagem eu uso o modo “Vivo”, em áudio eu já ativei a opção pré-configurada “Som IA”, que recorre à tecnologia de inteligência artificial para equilibrar os médios e graves, sem abafar as vozes. E isso é tudo o que você precisa saber, pois todos os outros modos disponíveis ou não priorizam os graves ou abafam o som por completo.

Sistema e controle remoto

A 50UN8000 pode ser um televisor 4K de entrada, mas roda o mesmo sistema operacional dos modelos premium. Neste caso, é o webOS 5.2 que, particularmente, considero o melhor software para TVs junto com o Tizen, dos aparelhos da Samsung. De início, pode rolar um estranhamento ao tentar navegar pela plataforma usando o controle remoto (que já falo a seguir), mas é questão de se acostumar com o padrão adotado pela LG.

Eu diria que o sistema é dividido em três seções principais: Configurações, Painel de Controle e Página Inicial. No primeiro ficam as configurações para você definir modos de imagem e som manualmente, enquanto que a segunda opção exibe um hub para sincronizar a TV com dispositivos de casa inteligente, como alto-falantes, máquina de lavar e geladeira. É por esse painel que também fica a página do Apple AirPlay, para espelhar conteúdos de um iPhone, iPad ou MacBook.

Já a página inicial mostra um carrossel colorido com todos os serviços e aplicativos instalados. Toda vez que você liga a TV, esse menu suspenso aparece na parte inferior da tela trazendo apps como Netflix, Amazon Prime Video, YouTube, Apple TV+, Disney+, Globoplay, Telecine e Spotify. É uma oferta bastante completa, que se aprimora graças à loja da LG, que inclui mais algumas dezenas de serviços.

O controle remoto, por sua vez, é o já conhecido Smart Magic. E assim como acontece no sistema operacional, o acessório é o mesmo em todas as novas linhas de TVs da LG. Ele não tem o mesmo design minimalista dos controles mais modernos; para ser sincero, muita gente vai achar que tem botões sobrando. Algumas pessoas também podem achar o uso do controle um tanto confuso, já que ele mescla apertar os botões físicos e mover o cursor, como se fosse um mouse de computador. Mas de novo: basta alguns minutos para se adaptar.

Vale a pena?

Se você não pretende gastar muitos milhares de reais em uma TV 4K e quer ter a experiência da resolução Ultra HD na sua casa, vai fundo: a 50UN8000 entrega o que promete, sem prometer muita coisa. O design com bordas ultrafinas inspirado nos modelos mais premium da marca é um grande trunfo. Também vale destacar positivamente o número elevado de conexões, o som alto e o sistema operacional – este último um dos mais bonitos e fáceis de navegar em um televisor inteligente.

Mas aí entra o outro lado da moeda: se você já usou TVs 4K mais refinadas e está pensando em migrar para um aparelho mais barato, você provavelmente terá uma decepção. As imagens não são tão vivas, nem trazem o melhor contraste, e o backlight inconstante que apareceu no modelo de testes enviado ao Gizmodo Brasil parece ser uma roleta russa. Ou seja, você pode ou não dar o azar de comprar a TV já com esse problema. Cabe a você decidir se, por R$ 2.500, vale a pena arriscar.

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