[Review] Zenfone Zoom: uma câmera com zoom óptico que poderia ser melhor

O Zenfone Zoom se destaca pela habilidade da Asus em colocar zoom óptico em um smartphone não muito grosso. Porém, a câmera não é lá essas coisas.

A Asus fez barulho no mercado em 2014 ao trazer ao Brasil a linha de smartphones Zenfone. Chamou a atenção a proposta dos primeiros lançamentos: dispositivos com configuração de hardware respeitável e a um preço honesto.

Já com alguma tração no mercado brasileiro, a empresa começou a trazer aparelhos mais parrudos: um deles é o Zenfone Zoom, um dispositivo cujo destaque é a câmera, que conta com zoom óptico. Passamos um tempo com ele; confira a seguir nossas impressões sobre o aparelho.

O que é?

A Asus quis mostrar que sabe fazer aparelhos com câmeras elaboradas; na página em inglês do produto, por exemplo, há poucos detalhes técnicos fora os relacionados às câmeras.

Abaixo, as especificações técnicas dele:

Tela IPS Full HD (1920×1080) de 5,5 polegadas
Dimensões: 158.9 x 78.84 x 5 ~ 11.95 mm (largura x profundidade x altura)
Processador: Intel Atom Z3580 de 2,3 GHz (na versão de 64 GB)/Atom Z3590 de 2,5 GHz (na versão de 128 GB)
Câmeras: 5 megapixels (frontal) f/2.0 e 13 megapixels (traseira) com zoom óptico 3x e f/2.7
Memória RAM: 4 GB
Bateria: 3.000 mAh (não removível)
Sistema operacional: Android 5.0 com interface Asus Zen UI, será atualizado para Marshmallow
Armazenamento de 64 GB e 128 GB (ambos expansíveis com cartão microSD)

O preço do Zenfone Zoom varia conforme a capacidade de armazenamento. O de 64 GB tem preço sugerido de R$ 2.699, enquanto o de 128 GB tem preço sugerido de R$ 3.299.

Design

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Eu curti o design do Zenfone Zoom. Ele tem bordas de alumínio anodizado e traseira de couro. Um dos grandes trunfos é contar com uma câmera com recursos interessantes e não ser um tijolão. Ele não é dos mais finos do mercado, mas é louvável que o sistema de zoom óptico, que conta com um sistema de lentes Hoya com 10 elementos, não crie uma protuberância grande na parte traseira.

Além de deixar o aparelho com um visual sofisticado, o couro italiano na traseira ajuda a dar uma pegada mais firme no dispositivo. E para facilitar a tarefa de fotografar, a Asus colocou um botão na lateral específico para acionar a câmera.

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Usando

O Zenfone Zoom não apresentou grandes engasgos durante o teste. Rodou bem alguns jogos simples (Angry Birds 2 e afins) e apresentou um pouco de lag em games que exigiam mais desempenho, como o Asphalt, mas nada que atrapalhasse a experiência consideravelmente. Ele só esquentou após ser configurado pela primeira vez (instalar dezenas de apps acaba exigindo bem do processador) e ao rodar jogos mais pesados.

Ainda sobre apps, vemos no Zenfone Zoom o peso do bloatware da Asus. Eu contei 96 programas já embarcados no aparelho. Noventa e seis! Quer abrir uma página na web? Você pode fazê-lo com o Puffin Free, Chrome ou CM Security Private Browsing. Quer editar imagens? Tem o Cymera, Vsco, PicsArt, Google Fotos, Enlight e Snapseed.

Não acho totalmente ruim que as fabricantes ofereçam apps embutidos, o que pode ajudar compradores leigos ou dar uma diferenciada no aparelho – mas a estratégia da Asus é um baita exagero. Ela parece estar atenta a isso, no entanto: a atualização para o Marshmallow vai remover parte dos aplicativos embarcados no aparelho.

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A interface Android da Asus, a ZenUI, não é de todo ruim. Tem uma série de modos de personalização e de bateria. O que pessoalmente acho bacana para situações de aperto, sobretudo os modos economia de energia (em que redes são desativadas quando o aparelho está hibernando) e o economia super (em que só funciona apenas a função telefone, SMS e alarme).

A bateria de 3.000 mAh aguenta um dia tranquilo de uso moderado, comunicação e tarefas simples, como consultas rápidas a redes sociais com Wi-Fi. Ao incluir atividades mais pesadas, como assistir vídeo, jogar, escutar música e até mesmo tirar fotos (o pós-processamento de muitas imagens começa a pesar com o tempo), prepare-se para ter seu carregador por perto ou para usar alguns dos modos de economia de bateria – ele não vai aguentar até o fim da noite.

Câmera

O conjunto de câmeras do Zenfone Zoom promete ser respeitável e se encaixa bem no design do aparelho, mas como elas se saem?

Vamos começar pelo zoom óptico, que é tão pouco comum na categoria. O sistema de arranjo da lente de dez elementos não salta para fora quando utilizado. Ao dar zoom, você sente um leve movimento interno no telefone que vai ajustando conforme vai aumentando ou reduzindo a proximidade com o objeto da cena.

O zoom de 3x é satisfatório. Na prática, me ajudou a superar alguns obstáculos. Por exemplo, tentei tirar a foto de mastro com bandeiras, enquanto estava em um local coberto. A qualidade foi boa: o ambiente claro e cores corretas ajudaram a compor a imagem.

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No que diz respeito a software, há uma série de modos de fotografia: automático, super resolução (que exige bastante pós-processamento), HDR, pouca luz, panorama, miniatura (tilt shift) e GIF.

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Modo manual da câmera do Zenfone Zoom

O sensor da câmera principal tem uma abertura que varia entre f/2.7 – 4.8. Logo, fotos tiradas à noite não ficam lá essas coisas. Nas tentativas, as imagens ficaram um pouco granuladas e com cores estouradas. A título de comparação, a abertura do iPhone 6s é de f/2.2, e a do Galaxy S7 é de f/1.7.

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Para tentar recuperar o que é perdido no sensor, o app de câmera conta com um sistema de pós-processamento de imagem. Ele dá um bom tapa nas fotos, porém o equipamento acaba perdendo em rapidez — após tirar uma foto com a função, a câmera leva alguns segundos para que você possa tirar uma nova.

Comparar uma foto tirada entre o Zenfone Zoom e um iPhone 6s, que em tese não tem uma câmera tão elaborada, chega a ser covardia. Dê uma olhada no exemplo abaixo: a primeira foto foi tirada com o aparelho da Asus; a segunda, pelo dispositivo da Apple.

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Foto tirada com o Zenfone Zoom

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Foto tirada com o iPhone 6s

Para mim, a foto tirada pelo dispositivo da Apple leva vantagem, apesar de ter um contraste muito forte e perder alguns detalhes. Já a primeira tem tons mais esbranquiçados, mas conta com mais detalhes.

Na parte de selfie, não há nada de muito diferente dos outros smartphones. O sensor de 5 megapixels dá conta do recado. Além disso, o software tem aquele monte de recursos enganadores embelezadores, como afinar bochechas e suavizar traços do rosto.

A seguir, algumas fotos tiradas com o Zenfone Zoom:

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Conclusão

O Zenfone Zoom tem um design agradável para um aparelho com câmera tão grande, mas ele parece um produto em fase beta. A Asus quis apostar no zoom óptico – assim como a Samsung (lembra o Galaxy K Zoom?) – mas ela ainda tem muito a evoluir.

No fim das contas, a câmera tem qualidade satisfatória, mas não o suficiente para me convencer a desembolsar cerca de R$ 3.000 para comprar o modelo da unidade testada, com processador Intel Atom de 2,5 GHz e 128 GB de armazenamento interno. Talvez entusiastas de fotografia possam gostar do aparelho para começar a mexer em funções manuais, além dos outros recursos de um smartphone.

A Asus tem todo o direito de testar outros tipos de formatos de aparelhos, mas ainda sou mais ir no que a empresa taiwanesa sabe fazer de melhor: dispositivos com hardware honesto, design bacana e preço (relativamente) camarada.

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