Eletrônicos

Revista revela como Neuralink escondeu fotos de sofrimento animal pós-implante cerebral

Registros da Universidade da Califórnia-Davis dos experimentos da Neuralink foram divulgados em mais de 370 fotografias

Em setembro, documentos divulgados pela revista Wired revelaram que macacos usados pela Neuralink foram sacrificados após danos com o implante de um chip no cérebro.

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De acordo com o registro, os animais tiveram complicações como diarreia com sangue, paralisia parcial e edema cerebral, por exemplo. Agora, nesta quarta-feira (4), justamente no Dia Mundial do Animal, outro relatório revelou como a sociedade de Elon Musk manteve fotos de crueldade animal em segredo.

Em 2018, a equipe da Neuralink sacrificou um macaco após uma deformação no cérebro causada pelo adesivo do implante cerebral da empresa, violando a Lei de Bem-Estar Animal dos Estados Unidos. Registros da Universidade da Califórnia-Davis foram divulgados, mas sem as mais de 370 fotografias, que a instituição alega não servirem ao interesse do público.

De acordo com um pesquisador, as fotos mostram cenas horríveis, como “uma caveira de macaco com a carne arrancada”. Os experimentos incluíam, por exemplo, perfurações nos crânios dos macacos e placas de titânio aparafusadas em seus crânios. Além disso, muitos morreram devido ao “mau planeamento e maus procedimentos” na empresa, que não tinha técnico cirúrgico ou patologista veterinário na equipe no início.

Outro problema é que os vídeos dos experimentos “aparentemente desapareceram”, segundo a Wired. Documentos obtidos pela revista afirmam que a equipe do Centro Nacional de Primatas da Califórnia registrou as últimas horas de vida do animal, mas eles não reconhecem a existência da fita.

Por que as imagens da Neuralink não foram divulgadas?

E-mails internos mostram que a Neuralink tinha controle sobre o que a UC Davis poderia divulgar sobre os experimentos. “Eles forneceram sua própria infraestrutura de computação, tinham sua própria conexão de rede e removeram sua infraestrutura de computação das instalações”, disse a universidade em 2021, em um e-mail ao Comitê de Médicos para Medicina Responsável, que está processando a instituição de ensino para obter as imagens.

O porta-voz da UC Davis, Andy Fell, alega que a universidade cumpriu a Lei de Registros Públicos da Califórnia. Foi fornecido a “maioria dos registros” solicitados, com exceção dos que “estão isentos de divulgação nos termos da lei”. No entanto, o Comité de Médicos argumentou no tribunal estadual da Califórnia que o público tem o direito à informações sobre os experimentos da instituição, que é pública.

O advogado do comitê, Corey Page, disse ainda que a Neuralink “minimiza a natureza horrível dos experimentos”. Além disso, fontes afirmam que o sigilo foi motivado por medo de como a resposta do público poderia afetar o andamento do trabalho.

A Neuralink encerrou sua parceria com a UC Davis em setembro de 2020. Porém, segundo o Comitê de Médicos, continuam com o mesmo neurocirurgião. E muitos dos funcionários por trás ​​dos experimentos responsáveis pela morte de ao menos 12 macacos.

Em maio deste ano, a Neuralink anunciou que seus testes em humanos receberam aprovação da agência reguladora FDA (Food and Drug Administration), dos EUA.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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