Desde 2014, a NASA financia o projeto de uma pesquisadora na área de robótica da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. A ideia era construir robôs semelhantes a uma esfera geodésica que pudessem ser lançados em Marte ou na Lua – e aterrissar nesses corpos sem um módulo de pouso.
Contudo, uma aplicação inusitada surgiu para esses robôs: vasculhar incêndios antes que os bombeiros se dirijam até o local. Equipados com mini sensores de gás químico, eles coletam dados que dão uma prévia do ambiente em questão aos bombeiros. Eles os ajudam a planejar sua ação – decidindo, por exemplo, sobre o uso de equipamentos para materiais perigosos.
A Squishy Robotics Inc., empresa fundada por Alice Agogino, da universidade norte-americana, já testou o método em parceria com diversos corpos de bombeiros dos EUA, como da Califórnia, de Oklahoma e da Flórida. Por enquanto, os robôs são estacionários e lançados por aeronaves, mas a empresa está desenvolvendo a versão móvel desses dispositivos.
O objetivo é que esses robôs não coletem dados apenas em incêndios urbanos ou florestais, mas também sejam utilizados em uma série de acidentes e desastres. Eles possuem sensores específicos que podem otimizar o trabalho dos socorristas. Além disso, poderiam ajudar a desarmar bombas ou monitorar linhas de gás e eletricidade.
Tanto na terra como no céu
Antes de desenvolver os robôs esféricos para vasculhar escombros, a Squishy Robotics estava projetando sondas com aparência semelhante que poderiam cair de uma espaçonave na superfície de Marte, por exemplo. Eles podem sobreviver à queda, carregando sensores delicados para estudar o planeta.
Hoje, os rovers que se locomovem pelo planeta vermelho aterrissaram lá utilizando um sistema complexo de pouso. O objetivo da NASA é ter robôs esféricos com propulsores a gás que sobrevivam à queda, sem precisar de um dispositivo para ajudar nessa tarefa.
O robô esférico também é vantajoso pelo seu tamanho reduzido – ele encolhe como aqueles brinquedos de esfera geodésica. “Então, você economiza em massa descartável”, disse Terry Fong, roboticista chefe da NASA, na Califórnia. “É caro e difícil lançar massa no espaço, então você quer que mais dela seja usada além do pouso, na superfície com instrumentação científica e em outras cargas úteis.”