Rocha encontrada por Perseverance é nova evidência de vida em Marte
O Perseverance, rover da NASA que explora Marte, encontrou uma rocha que pode ser uma nova evidência de vida antiga no Planeta Vermelho. Saiba mais abaixo.
A equipe responsável pela missão do rover nomeou a rocha de Cheyava Falls, em homenagem a uma região do Arizona. O Perseverance encontrou a rocha, que tem um metro de comprimento, no último domingo (21), durante uma expedição do rover na região de Marte chamada Neretva Vallis.
Há bilhões de anos, essa região era coberta de água no período em que Marte era mais quente, sendo, portanto, um possível espaço para o surgimento de vida.
A rocha que o Perseverance encontrou em Marte possui características peculiares, com um formato de flecha, com longos veios de sulfato de cálcio e formações de ferro com bandas de hematita.
A hematita, aliás, é um dos elementos responsáveis pela cor vermelha de Marte.
Mas, de volta à rocha, quando o Perseverance usou sua câmera (Mastcam Z) para observar melhor a rocha, o rover encontrou dezenas de círculos esbranquiçados com bordas pretas, cada um com menos cerca de 1mm de largura.
De acordo com a NASA, em comunicado na quinta-feira (25), esses círculos na rocha lembram “manchas de leopardo”.
A rocha que o Perseverance encontrou é evidência de vida em Marte ou não?
A equipe científica do Perseverance analisou a composição química desses círculos, descobrindo haver ferro e fosfato.
Segundo David Flannery, astrobiólogo da equipe científica da missão Perseverance, essas ‘manchas’ da rocha “são uma grande surpresa”, apontando para a possível existência de vida antiga em Marte.
“Na Terra, esse tipo de característica em rochas são geralmente ligadas ao registro fossilizado de micróbios vivendo em sua subsuperfície”, diz o cientista.
Portanto, em nosso planeta, essas manchas aparecem pelas reações químicas que embranquecem a hematita vermelha, mas também produzem o ferro preto e os anéis de fosfato.
Além disso, essas reações também liberam energia que alimentam os micróbios.
Para Ken Farley, também da equipe científica da NASA, a rocha Cheyava Falls é a descoberta mais complexa da missão e pode ser “a rocha mais importante” que o rover encontrou em 3 anos de missão.
Obviamente, a equipe da missão Perseverance considera essa rocha “a mais importante”, pois, afinal de contas, esse é um dos os maiores indícios de vida antiga em Marte.
No entanto, Farley admite que a equipe ainda não sabe muito sobre a formação da rocha.
De acordo com o cientista, uma possibilidade é que a rocha era inicialmente lama que continha componentes orgânicos e, eventualmente, se tornou uma rocha. Desse modo, quando fluídos penetraram fissuras nas rochas, surgiram depósitos minerais que criaram os veios de cálcio e as manchas.
Outra hipótese do time Perseverence surgiu pela presença de outro mineral na rocha Cheyava Falls: olivina.
A formação desse mineral ocorre em magma. As manchas na rocha podem ter surgido por reações químicas de um período em que a região era incompatível com a formação de vida.
Trazer a rocha à Terra é o principal desafio da NASA
Os cientistas da NASA afirmaram que fizeram todos os processos para analisar a rocha com os instrumentos que o Perseverance tem em Marte. No entanto, mas para constatar – ou descartar – evidência de vida antiga na rocha que o Perseverance encontrou, a NASA precisa trazê-la para a Terra.
Aí surge outro problema. O plano mais recente da NASA para trazer à Terra amostras de rochas de Marte, que custava US$ 11 bilhões, foi considerado muito caro.
Agora, a agência procura ajuda da exploração comercial. Em junho, a NASA encomendou 10 estudos para encontrar meios alternativos de transportar as rochas de Marte em menor prazo e menor preço.