O rover chinês Zhurong, que explora Marte, descobriu que o clima do planeta vermelho mudou radicalmente há 400 mil anos. O rover explora a bacia Utopia Plantitia, a maior de Marte.
Os cientistas do Observatório Nacional de Astronomia da Academia Chinesa de Ciências usaram os o rover junto para observar as dunas de areia da Utopia Plantitia.
O rover chinês constatou que houve uma erosão na forma crescente das dunas há milhares de anos, formando as chamadas Cordilheiras Eólias Transversais (TARs).
Essas cordilheiras já foram observadas por todo o planeta em menores latitudes, mas sem modelos de circulação atmosférica global que pudessem descrever a direção dos ventos em Marte para explicar a formação das TARs.
Agora, com a exploração do rover chinês, os cientistas descobriram que as dunas são formadas por grãos mais brilhantes abaixo dos elementos que formam as TARs.
Pela órbita, o satélite Tiawen-1 observou mais de 2000 mil dunas brilhantes em Marte. Com base no número de crateras no topo das dunas, os pesquisadores chineses estimam que elas foram formadas entre 2,1 milhões e 400 mil anos atrás. Portanto, a mudança climática que resultou nas TARs em Marte, conforme as descobertas do rover chinês, ocorreu nos últimos 400 mil anos.
Essas datas coincidem com o início e o fim da maior era do gelo em Marte, pois a formação das TARs, em um ângulo diferente das dunas, sinalizam que a direção do vento mudaram com o fim da era do gelo nas baixas latitudes de Marte.
A atual era geológica de Marte, que começou há 3,55 milhões de anos, é marcada por vários impactos. Desse modo, o líder da equipe de pesquisadores do Observatório Nacional de Astronomia afirma que entender o clima de marte é essencial para explicar a geologia do planeta.