Estaria o Spotify planejando o seu próprio alto-falante inteligente?
O Spotify é o serviço de streaming de música com o maior número de usuários — a empresa diz que tem 70 milhões de assinantes pagos. Agora, porém, a empresa sueca aparentemente está caminhando para ter seu primeiro hardware, segundo apontam vagas de emprego recém publicadas pela companhia.
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Antes de começar a especular o que pode vir por aí, vamos nos ater aos anúncios para as posições Project Manager, Senior Project Manager and Operations Manager in Hardware Production. Basicamente, a descrição das vagas fala que “o Spotify está no caminho de criar produtos físicos” e que a companhia está criando uma operação de “manufatura, cadeia de abastecimento, vendas e marketing.”
Dados os esforços recentes da Apple com o HomePod que, inclusive, não permite tocar músicas do Spotify, há grande possibilidade de a companhia sueca de streaming de música entrar no ramo de alto-falantes inteligentes. Em tempo, assinantes podem usar o Spotify Connect para ouvir música em alto-falantes, carros, consoles ou TVs compatíveis com o serviço.
Existe ainda a chance de a empresa tentar investir em algum fone de ouvido — em vagas de emprego postadas anteriormente, a descrição falava em “criar uma categoria de produtos como os Spectacles, do Snap, ou o smartwatch Pebble”.
Consultado por sites internacionais, o Spotify não se pronunciou sobre os planos de hardware. Portanto não se sabe ainda nem se veremos um produto no futuro — algumas empresas, após um tempo, simplesmente desmancham ou reduzem equipes montadas para o desenvolvimento de um produto por uma questão estratégia — o Google há uns tempos, por exemplo, desistiu de fazer um carro próprio, mas continua trabalhando em tecnologia para veículos.
De qualquer jeito, chama a atenção a tentativa de diversificação da empresa. O Spotify tem um modelo de negócio que precisa de maturação. Nesse ramo, é comum primeiro aumentar o número de usuários para depois ganhar dinheiro. A empresa diz que tem 140 milhões de usuários ativos — metade desses pagam. Quase toda a fonte de renda da companhia vem de assinaturas premium.
Em uma entrevista no fim do ano passado, Jimmy Lovine, responsável pelo Apple Music, apontava que dentre os competidores, o que estava em situação mais difícil era o Spotify. Apesar de ter o maior no número de usuários, Lovine ressalta que os outros competidores trabalham com produtos com alta margem de lucro, enquanto no setor de streaming os ganhos são modestos.
Ainda no primeiro semestre deste ano, quando está previsto o IPO (abertura de capital) do Spotify, devemos ter mais detalhes sobre a evolução da empresa, resultados financeiros e suas prioridades para os próximos anos. Só assim saberemos se a fala de Lovine faz sentido ou não.
Foto do topo por Tyler Lastovich em Unsplash