Espécie de sapo quebra recorde por maior número de cromossomos sexuais em um vertebrado

Você deve ter aprendido na escola que humanos têm 23 pares de cromossomos: 22 autossomos e um par de cromossomos sexuais, responsáveis pela diferenciação dos sexos. Uma espécie de sapo encontrada na floresta amazônica, no entanto, conta com seis pares de cromossomos sexuais. • O rato fofinho que toma banho igual humanos não é um […]

Você deve ter aprendido na escola que humanos têm 23 pares de cromossomos: 22 autossomos e um par de cromossomos sexuais, responsáveis pela diferenciação dos sexos. Uma espécie de sapo encontrada na floresta amazônica, no entanto, conta com seis pares de cromossomos sexuais.

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Um pesquisador da Unesp percebeu isso após analisar várias evidências do Leptodactylus pentadactylus, notando que os cromossomos sexuais nesse sapo contam com uma forma totalmente diferente de ninhada. Além disso, é um recorde.

“O número de cromossomos sexuais é maior que o número de autossomos, e estes dados representam o maior número de cromossomos sexuais já encontrados entre espécies de vertebrados”, informam os autores no estudo publicado recentemente no periódico Chromosoma. A marca quebra o recorde anterior do ornintorrinco, que tem 10 cromossomos sexuais, sendo 5X e 5Y.

Os pesquisadores apontam que o sistema para determinação do sexo evoluiu separadamente em diferentes grupos. Em humanos, a descendência normalmente recebe dois pares de cromossomos X e um Y. A presença do cromossomo Y libera um hormônio que diz ao corpo para desenvolver um pênis e testículos, em vez de uma vagina e ovários. Em pássaros e outras espécies, funciona de forma oposta: tem um par ZZ ou ZW, em que W significa que o pássaro vai pôr ovos.

No entanto, com esses sapos a situação é bem diferente. Cientistas analisaram o DNA deles e achou seis cromossomos X e seis cromossomos Y em machos, e 12 cromossomos X em fêmeas. Eles também inseriram uma prova fluorescente especial que liga o DNA, e observaram as células se preparando para serem replicadas.

Mais uma vez, lembremo-nos de como funciona com nós, humanos: a maioria de nossas células contém 46 cromossomos (23 pares). Os espermatozóides e o óvulo são formados através de um processo chamado “meiose”, que resulta na separação desses pares. Os bebês se desenvolvem quando a células do espermatozóide e do óvulo combinam, cada um trazendo 23 cromossomos para a festa (o óvulo tem X, e o espermatozoide pode ser X ou Y).

Então, como funciona com seis pares de cromossomos sexuais? Em machos, o X e Y se alinham em uma “impressionante cadeia meiótica estável com forma de anel” de cromossomos, que se arranjam de modo que quando há divisão celular, os gametas corretos formam os cromossomos corretos.

“Isso é totalmente diferente do que pensávamos o que era uma meiose normal”, disse o pesquisador Tony Gamble, da Marquette University, em Wisconsin, ao Gizmodo. “Estou animado com este estudo, pois ele mostra quão incrível e esquisitos os cromossomos sexuais podem ser. Quando você pensa que já viu algo inimaginável — como os ornitorrincos e o sistema 5X5Y — chega algo ainda mais esquisito. Isso também sugere que este sistema em cadeia meiótico pode não ser tão raro quanto pensávamos, e deveríamos encorajar os cientistas a explorarem os cromossomos sexuais em uma diversidade maior de espécies.”

O especialista notou que o estudo é principalmente observacional — os pesquisadores ainda têm como desafio entender a evolução desses sistemas. “Entender como esses sistemas evoluem e são mantidos é uma história diferente e provavelmente vai ser muito mais difícil de compreender.”

[Chromosoma]

Foto do topo Creative Commons

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