Estes são os sapos mais antigos já descobertos preservados em âmbar

A extraordinária descoberta de quatro pequenos sapos preservados em âmbar está oferecendo a mais antiga evidência desses agora prolíficos anfíbios vivendo em florestas tropicais. Uma nova pesquisa publicada nesta quinta-feira (14), na Scientific Reports, mostra que os sapos — animais que apareceram pela primeira vez há cerca de 200 milhões de anos — ocupavam regiões florestais […]

A extraordinária descoberta de quatro pequenos sapos preservados em âmbar está oferecendo a mais antiga evidência desses agora prolíficos anfíbios vivendo em florestas tropicais.

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Uma nova pesquisa publicada nesta quinta-feira (14), na Scientific Reports, mostra que os sapos — animais que apareceram pela primeira vez há cerca de 200 milhões de anos — ocupavam regiões florestais úmidas há pelo menos 100 milhões de anos. Essa descoberta é bem importante porque fósseis de anfíbios de floresta são raros, e os cientistas não tinham certeza sobre onde os sapos haviam começado a se aventurar em habitats tropicais.

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“Sapos são animais comuns de se encontrar nas florestas tropicais úmidas atuais, e, facilmente, mais de um terço das quase sete mil espécies de sapos vivem nessas florestas úmidas”, disse David C. Blackburn, coautor do novo estudo e curador associado de anfíbios e répteis no Museu de História Natural da Flórida, em entrevista ao Gizmodo. “Mas ser pequeno e viver em uma floresta tropical também significa que sua probabilidade de ir parar nos registros de fósseis é bem pequena.”

Junto com Lida Xing, da Universidade de Geociências, na China, Blackburn analisou quatro fósseis de âmbar encontrados em um depósito no norte de Mianmar, antiga Birmânia. Esses fósseis de âmbar, junto com outros encontrados nas proximidades, também continham traços de plantas, aranhas, insetos e moluscos marinhos. Para cientistas como Blackburn e Xing, essas minúsculas gotículas de seiva de árvore são como uma máquina do tempo, possibilitando que eles visualizem os ecossistemas de florestas tropicais antigas do período Cretáceo.

Interpretação de um artista para o sapo do período Cretáceo. Ilustração: Damir G. Martin

“As florestas em que esse âmbar se formou eram provavelmente uma floresta tropical úmida com riachos de água doce ou lagoas e estavam localizadas em algum lugar perto da praia”, disse Blackburn. “Nós sabemos disso por meio da diversidade de invertebrados e plantas encontrados em outros pedaços de âmbar. De muitas maneiras, esse ecossistema tropical parece se assemelhar às florestas tropicais úmidas que temos hoje. Mas aspectos importantes da vida deste sapo são desconhecidos, como o som que emitia, se tinha um girino ou se escalava ou saltava.”

Os quatro fósseis de sapo não foram datados diretamente. Em vez disso, outros espécimes em âmbar encontrados nos mesmos depósitos geológicos foram previamente datados direta e indiretamente, incluindo traços de material vulcânico e insetos fossilizados. Uma análise comparativa dos antigos sapos, chamados de Electrorana limoae, com espécies semelhantes que vivem hoje revelou mais semelhanças do que diferenças; parece que os sapos não mudaram muito ao longo dos milênios.

Sapo do âmbar cretáceo de Mianmar. Imagem: Lida Xing

“Nossas comparações com o esqueleto desses novos fósseis de sapos indicam que esses sapos preservados em âmbar eram ‘verdadeiros sapos’, mas podem representar uma das mais antigas linhagens vistas hoje”, disse Blackburn. “A presença de costelas e ossos na placa cartilaginosa que sustenta a língua sugere uma afinidade com as espécies vivas hoje, como bombinas e sapos-parteiros.”

Além de fornecer as mais antigas evidências diretas de sapos em um ecossistema de floresta tropical úmida, esses são os registros mais velhos de sapos preservados em âmbar já vistos. Antes, os mais antigos eram de depósitos de âmbar encontrados na República Dominicana, datados de cerca de 25 milhões de anos atrás. Para Blackburn, é uma descoberta que ainda o impressiona.

“Sinceramente, ainda estou surpreso que existam até sapos encontrados em âmbar”, afirmou. “É uma experiência notável segurar essas pequenas joias e ver partes de sapos que parecem ter sido deixadas lá no mês passado.”

[Scientific Reports]

Imagem do topo: Lida Xing

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