Um satélite da NASA capturou imagens do poderoso ciclone de categoria 5 Mocha, enquanto se aproximava dos países Mianmar e Bangladesh, no último domingo (14). O fenômeno foi registrado pelo instrumento MODIS (Espectrorradiômetro de Imagem de Resolução Moderada, na sigla em inglês), do satélite Aqua.
Em Mianmar, cerca de 700 ficaram feridas, segundo o site Newsweek. O número de mortes não foi confirmado, mas deve aumentar devido à quantidade de cidadãos desaparecidos. Além da cidade portuária de Sittwe, os ventos atingiram os municípios vizinhos, causando fortes tempestades e inundações de até 1,5 metro.
Já em Bangladesh, onde o ciclone atingiu com menos força, não registrou nenhuma morte até o momento. Antes de o ciclone atingir a costa, ambos os países evacuaram centenas de milhares pessoas, ajudando a reduzir as vítimas do desastre. Confira as cenas abaixo:
Imagery of the current effects of #CycloneMocha #Cyclone #Mocha #wx #wxtwitter #tropicswx #Myanmar #Bangladesh pic.twitter.com/LurTI9EzVS
— Hurricane Chaser Chase (@hurricane_chase) May 14, 2023
Classificação do ciclone Mocha
Os ciclones são grandes tempestades rotativas que se formam sobre o oceano, assim como os furacões e tufões. Entretanto, eles se formam apenas no Pacífico Sul e no Oceano Índico, de acordo com a WMI (World Meteorological Institution).
Segundo o Departamento de Meteorologia de Mianmar, o Mocha atingiu rajadas de até 281 quilômetros por hora sobre o oceano e cerca de 209 km/h na cidade de Sittwe. Portanto, foi classificado como categoria 5 (acima de 252 km/h) sobre o oceano em sua velocidade máxima — apesar de ser uma tempestade de categoria 4 (entre 209 e 251 km/h) quando atingiu a costa.
Ciclones devem ficar mais fortes
O Mocha pode ter sido um dos ciclones mais fortes já registrados em Mianmar, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, em 14 de maio. Em 2008, o Nargis foi um dos piores desastres naturais do país, matando 140 mil pessoas.
Contudo, devido ao aumento das temperaturas da atmosfera, acredita-se que furacões, ciclones e tufões poderão se tornar mais fortes e frequentes no futuro. “Um estudo recente de colaboradores meus no Laboratório de Dinâmica de Fluidos Geofísicos da NOAA estimou recentemente que o número de tempestades de categoria 4 e 5 pode ser quatro vezes a média atual até o final do século”, disse o engenheiro ambiental da Universidade de Wisconsin-Madison, Daniel B. Wright.