Satélites Starlink da SpaceX estão vazando radiação, diz estudo
Satélites da constelação da Starlink, empresa de Elon Musk, estão vazando uma radiação que pode ser perigosa para a pesquisa astronômica. É o que diz um estudo publicado pela revista científica Nature, na última segunda-feira (10).
A pesquisa argumenta que os componentes eletrônicos dos satélites da Starlink estão liberando ondas de rádio de baixa frequência, o que pode ser um problema para a astronomia.
A Starlink é uma provedora de internet da SpaceX, empresa de Elon Musk, que usa mais de quatro mil satélites na órbita baixa da terra.
Astrônomos alertaram anteriormente sobre as consequências da poluição visual pelos satélites da empresa, que atrapalha a observação espacial. Agora, o novo estudo descobriu outro problema que pode afetar a radioastronomia.
Qual é o problema
Os cientistas responsáveis pelo estudo utilizaram o conjunto de telescópios da rede Low Frequency ARray (LOFAR) para observar 68 satélites da Starlink. Desses satélites, 47 estavam vazando radiação.
Registros apontam que uma quantidade entre 110 e 188 MHz de radiação vazou dos satélites da Starlink. O grande problema é que entre essa faixa de frequência há uma banda protegida entre 150.05 e 153 MHz destinada especificamente para a radioastronomia.
Contudo, o vazamento, aparentemente, não é intencional. E também não é ilegal, pois as regras envolvendo o controle de interferência eletromagnética por dispositivos elétricos não se aplicam no espaço.
Por outro lado, embora o efeito seja relativamente pequeno, quanto mais satélites estiverem em órbita emitindo essa radiação, mais difícil ficará para a radioastronomia.
A má notícia é que Elon Musk planeja aumentar a constelação para 12 mil satélites nos próximos anos, mas a boa notícia é que já há uma solução em curso. Os pesquisadores fizeram contato com a SpaceX, que se comprometeu em reduzir ou remover esse vazamento dos satélites da Starlink.