Ciência

Saúde com Ciência usará redes sociais para aumentar cobertura vacinal

Programa buscará também prevenir disseminação de fake news
Imagem: Antônio Cruz/Agência Brasil

Texto: Sabrina Craide/Agência Brasil

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Informações falsas como a de que vacinas causam doenças como câncer, aids ou diabetes ou de que a que imuniza contra covid-19 pode provocar modificações na corrente sanguínea ou no DNA estão entre as narrativas mais frequentes em fake news sobre vacinas detectadas pelo Ministério da Saúde entre julho e setembro deste ano. Para combater as fake news e responder de maneira preventiva aos efeitos negativos das redes de disseminação de desinformação, o governo federal lançou nesta terça-feira (24) a iniciativa interministerial Saúde com Ciência.

A proposta faz parte da estratégia para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil diante de um cenário de retrocesso, principalmente nos últimos dois anos, quando foram registrados os piores índices. A estratégia interministerial é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, com parceria dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Ciência e Tecnologia e Inovação e da Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU).

O governo vai fazer parcerias, sem ônus, com as plataformas de redes sociais TikTok, Kwai, YouTube e Google, que irão divulgar conteúdos de serviço e direcionar os usuários para páginas do Ministério da Saúde quando eles realizarem buscas de palavras relacionadas ao tema. Também será criado um chatbot tira-dúvidas no WhatsApp, em parceria com a Robbu e a Meta.

Para o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, a iniciativa lançada hoje é um exemplo de organização do governo com a sociedade civil. “O Brasil, até pouco tempo atrás, era reconhecido internacionalmente por um presidente que fazia questão de dizer que não tinha se vacinado. E hoje volta a ter um protagonismo e respeito internacional.”

O Saúde com Ciência é composto por cinco pilares, que envolvem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. O programa prevê ações como campanhas direcionadas, criação de canais de comunicação, acordos com veículos de comunicação e parcerias com plataformas digitais.

No lançamento do programa, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que não adianta o avanço científico e tecnológico, nem a capacidade de produção de imunizantes se a população não se vacinar. “Sabemos que a desinformação está em todas as áreas, mas, quando se trata de saúde e vacina, isso nos afeta de maneira drástica e coloca em risco a saúde da nossa população”, disse Nísia, lembrando que doenças como sarampo e poliomielite, que já foram erradicadas do país, voltam a ameaçar as crianças brasileiras.

Também foi lançado hoje o Portal Saúde Com Ciência para facilitar o acesso a informações confiáveis sobre vacinação e as fake news que circulam na internet. Alertas e análises sobre desinformações identificadas também serão divulgadas nas redes sociais do governo e em plataformas de mensagens como WhatsApp.

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