Ciência

Senha fácil de míssil americano poderia ter causado guerra nuclear; veja qual é

Código simples foi usado ao longo de anos para uma possível guerra nuclear
Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

A fraca segurança de código nuclear dos EUA poderia ter iniciado facilmente uma guerra nuclear a qualquer momento. Por muitos anos, o país utilizou simplesmente a senha “00000000”.

Tudo começou na década de 1980, durante a Guerra Fria. O especialista em negociação e gestão de conflitos Roger Fisher, acadêmico de Harvard, propôs ao Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, implementar os códigos de armas nucleares no peito de um voluntário que acompanharia o presidente.

Assim, se o presidente — o único que poderia ordenar um ataque nuclear — decidisse atacar, teria que tirar a vida do homem para ter acesso aos códigos. De acordo com Fisher, isso faria com que o chefe da Casa Branca repensasse o peso da mortes de inocentes. Contudo, o Pentágono rejeitou a ideia, afirmando que o ato poderia impedir o presidente de agir em uma crise.

Código para guerra nuclear

Então, uma descoberta do ex-oficial de lançamento Bruce Blair revelou em 2004 que o SAC (Comando Aéreo Estratégico) mudou o sistema para facilitar o lançamento imediato, contra a ordem de uso de códigos de proteção imposta por John F. Kennedy em 1962.

O SAC alterou os códigos de lançamento dos mísseis nucleares Minuteman para (simplesmente) “00000000”, reduzindo assim as barreiras em caso de uma emergência. Foi só em 1977 que os EUA implementaram um sistema mais complexo de lançamento, que exigia a participação de superiores para o lançamento.

O outro lado

A Força Aérea dos EUA, por sua vez, negou as afirmações e disse que o código não poderia ser usado para ativar ou lançar o míssil ICBMs Minuteman. Blair acusou o órgão de fornecer informações enganosas sobre os seus procedimentos de segurança nuclear.

Vale lembrar que, com o teste das primeiras bombas da União Soviética nos anos 1950, o então presidente Dwight D. Eisenhower emitiu as ordens secretas “Furtherance”. Elas autorizavam previamente que comandantes militares lançassem ataques nucleares em dois casos. Se o tempo não permitisse consultar o presidente ou caso ele morresse.

Na época, o SIOP (iPlano Operacional Único Integrado) previa como resposta a qualquer ataque um contra-ataque nuclear com alvos na União Soviética, na China e outros. Seriam mais de 4 mil alvos em 30 horas, estimando mais de 200 milhões de mortes.

Foi só em 1968 que o presidente Lyndon B. Johnson adotou uma política mais flexível, estabelecendo um ataque com armas convencionais, caso não fossem envolvidas armas nucleares.

Com informações de Xataka.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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