Seu iPhone está rastreando você em todos os lugares, sem que você saiba

Este é um mapa de todos os lugares onde estive nos últimos meses. Todos. Eu não levei nenhum aparelho para me rastrear. O FBI não está mandando agentes em vans disfarçadas para me monitorar. Tudo o que fiz foi usar um iPhone. E se você tem um iPhone, você também está sendo rastreado. Ao que […]

Este é um mapa de todos os lugares onde estive nos últimos meses. Todos. Eu não levei nenhum aparelho para me rastrear. O FBI não está mandando agentes em vans disfarçadas para me monitorar. Tudo o que fiz foi usar um iPhone. E se você tem um iPhone, você também está sendo rastreado.

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Ao que parece, seu iPhone guarda, desde junho, um histórico de todos os lugares onde você esteve. Os dados são armazenados no seu celular (ou iPad) e no computador, e estão facilmente disponíveis para quem quiser acessá-los. Por quê? A Apple não diz. Estamos meio assustados.

O enorme susto de privacidade, aparentemente iniciado com o lançamento do iOS 4 em junho, foi descoberto por dois pesquisadores de segurança – um deles diz que ele trabalhou na Apple por cinco anos. Eles também estão igualmente confusos e preocupados com esta coleção de localizações: “Ao registrar passivamente sua localização sem sua permissão, a Apple possibilita que qualquer um, de um cônjuge ciumento a um investigador particular, obtenha um retrato detalhado dos seus movimentos”, explicam eles. Tudo o que você precisa para obter a informação é fazer jailbreak. No seu computador, a informação pode ser acessada facilmente, usando o programa de mapeamento que os especialistas em segurança criaram. Se você quiser experimentar, é só baixar aqui.

Os dados em si são terrivelmente precisos. Ele parece depender de triangulação de torres, em vez de localização precisa através do GPS – ou seja, mesmo com o GPS desligado, seu iPhone ainda sabe onde você esteve. E o mapa que pude gerar com o programa deles mostra toda a minha vida desde que comprei meu iPhone 4 em julho. Todos os lugares onde estive: viagens de ônibus para casa, viagens de trem para visitar a família, férias, lugares que nem me lembrava de ter ido. É só dar zoom nos múltiplos pontos em Nova York, e você consegue ver minhas viagens, quarteirão por quarteirão. Toda a minha vida pessoal e profissional, documentada por um celular que também serve de rastreador, pelo que vejo. Tudo isto está acessível – onde eu estive, e quando. Mas eu não quero essas informações andando no meu bolso comigo.

Por enquanto, não há conserto. A única forma de remover esses dados do seu iPhone é removendo os arquivos de backup do seu computador. Mas aí você não vai ter nenhum arquivo de backup para restaurar seu aparelho, caso você o perca. E toda vez que você sincronizar com o computador via iTunes, o iPhone cria um novo arquivo. E se você perder seu celular, todos os dados de rastreamento vão com ele, e caem nas mãos de quem o encontrar. E se você trocar seu iPhone por um outro modelo, os dados de localização vão para o novo aparelho, quando você o sincronizar com os dados do antigo.

Enquanto a Apple não para de fazer isso, nem explica porque está fazendo isso, eu me sinto muito estranho. Estranho de ter todos esses dados que eu não quero, gravados no meu iPhone. Talvez eles estejam fazendo isso para o governo. Talvez façam isso porque são obrigados. Ou estão usando para benefício próprio. Se estão usando isto para o Find My iPhone, serviço gratuito para iPhone 4 que localiza seu celular, por que eles gravam todas as informações dos últimos meses? Por que não guardar só dos últimos dias? Bem, o que explica essa atitude da Apple são só teorias. Só temos teorias – e muita informação sobre onde estivemos, querendo ou não. [Peter Warden via The Guardian]

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